segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Michel Tcherevkoff: Sapatos feitos de plantas

Os artistas costumam partilhar com os loucos o inevitável impulso de ver sempre algo além do algo visto, é assim que transformam os objetos, a natureza e os corpos em novos objetos, dotados de novas naturezas e novas formas corpóreas. É nessa reflexão que se encaixam perfeitamente as produções do fotógrafo francês Michel Tcherevkoff: "fotografar coisas que simplesmente existem não é interessante para mim". Dessa forma, de manipulação em manipulação do que via, chegou às criações de sapatos feitos de plantas.
Isso aconteceu num dia, por acaso, enquanto fazia capturas para uma campanha comercial dos cosméticos Prescriptives, em Nova Iorque. A imagem de uma folha estava de ponta à cabeça sobre uma mesa e, num passar rápido de olhos, aquela foto lhe chamou a atenção e Michael exclamou para si mesmo: Hey! Isso parece um sapato!. Isso é o que ele conta sobre a gênese dessa série de imagens deliciosamente extraídas de onde não poderíamos esperar.
Conhecido fotógrafo criador de metáforas visuais, Michel Tcherevkoff tem em sua carta de clientes empresas como a Canon, L’Oreal, Maybelline e Valentino, utilizando em suas composições a manipulação manual das plantas, onde dá as primeiras formas às esculturas. Depois desses ajustes iniciais é que elas são fotografadas e processadas no estúdio do próprio Tcherevkoff onde seis computadores se ligam à um monitor principal, próprio para produções de cinema, que mede 30 polegadas; lá, doa as formas desejadas através do programa Photoshop. O projeto tem feito sucesso; as imagens still life formaram o catálogo Shoe Fleur: a footwear fantasy, que lhe rendeu exposições no Museu de Arte e Design de Nova Iorque e no Museu Virtual do Sapato.
Fonte: Obvious

Semana de Cultura em Serrinha

Lançamento da Coleção RETRATOS DO BRASIL NEGRO

Alaíde do Feijão é uma das finalistas Prêmio Culturas Populares 2009 - Mestra Dona Izabel

Foto Reinaldo Rodrigues
O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC), publicou no Diário Oficial da União (Seção 3, páginas 33 a 51) desta quinta-feira, 26 de novembro, o Edital nº 14, com a lista dos habilitados no Concurso Público Prêmio Culturas Populares 2009 - Edição Mestra Dona Izabel. Serão selecionadas as 195 iniciativas mais significativas. Cada premiado receberá o valor de R$ 10 mil, totalizando um investimento de cerca de R$ 2 milhões.

Foram habilitadas 1.845 iniciativas dos 2.776 projetos recebidos, o que representa 66,5% dos inscritos, divididos da seguinte maneira: 1.051 mestres;

  • 583 integrantes de grupos/comunidades informais; e
  • 211 integrantes de grupos/comunidades formais.
Os candidatos que não foram aprovados na fase de habilitação podem, ainda, entrar com recurso junto à SID/MinC, até 30 de novembro, por meio do e-mail pcp2009@cultura.gov.br ou pelo número de fax:(61) 2024-2369. Logo abaixo alguns dos classificados da Região Nordeste:
Ordem - Nome - Nome Artístico - NºInsc. UF
1 Abel Martins - Mestre Abel 214 PB
2 Abraão José da Silva - Dão 1137 PE
3 Adilene Noqueira M. - Adilene Mendes 833 RN
4 Adilson G. da Silva - Didiu 335 BA
5 Adilson Vitorino Nunes - Adilson 1153 PE
6 Adriano S. Santos - Adriano 1457 MA
7 Afonso J. B. e Souza - Afonso 1230 PE
8 Afrisio A. - Afrisio Acásio 246 AL
9 Agenor V. de Abreu - Agenor Abreu 687 PI
10 Alaíde da Conceição - Alaíde do Feijão 329 BA
11 Albertina de S. Filho Mestre Albertino e Tininho 442 BA
12 Albertina S. Rocha Dona Bebel 633 MA ...
Reunião da Comissão de Seleção - A Comissão de Seleção do Prêmio Culturas Populares 2009 - Edição Mestra Dona Izabel estará reunida de 1º a 5 de dezembro, em Brasília, para avaliar as propostas habilitadas. O encontro promovido pela SID/MinC tem como objetivo selecionar as 195 iniciativas que serão premiadas.
Fonte : Minc

domingo, 29 de novembro de 2009

Feira de Empreendedores Afrodescendentes

Esta acontecendo no Campo Grande a IV Feira de Empreendedores Afrodescendentes. Promovido pela Semur, em parceria com a Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direito do Cidadão (Setad), o evento conta com a participação de 70 expositores.

Hoje, domingo 29/11, a programação recomeça a partir das 9 horas e vai até às 21 horas. Além da oferta de produtos, os visitantes podem participar da Feira da Saúde, organizada pelo Grupo de Trabalho em Saúde da População Negra.

Embalagem para presente com materiais recicláveis

Vamos viajar?

João Pessoa
Ela é pequena, tranqüila, barata e ainda oferece piscinas naturais e algumas das praias mais lindas do Brasil.

A Paraíba tem um litoral com apenas 130 km de extensão, mas com praias na porção sul que não ficam nada a dever às mais bonitas do Nordeste, com a vantagem extra de que a maioria delas permanece quase intocada.

Um prato típico da região nordestina tem presença marcante também na Paraíba, é a carne-de-sol com macaxeira. Conheça o Mangai, melhor restaurante da cidade para experimentar a iguaria.

Os barcos fazem o vaivém diário para a Areia Vermelha, saindo da Praia de Camboinha. Para as piscinas naturais de Picãozinho, partem de Tambaú.

Você pode conhecer todas as praias do litoral sul de João Pessoa em um dia. Basta um carro alugado ou um bugueiro à disposição, que o levará também aos cinco mirantes que existem no alto das falésias.

Uma vantagem da simpática capital paraibana é sua localização geográfica. A cidade está próxima de outros destinos bem interessantes do Nordeste, como Recife e Natal.

Na orla entre 6h e 8h, os carros são proibidos de circular na avenida da praia, que se transforma num largo calçadão para caminhadas. A qualidade de vida é um dos pontos fortes em João Pessoa e isso se reflete na simpatia do povo.

Em João Pessoa existe uma tradição para assistir aos derradeiros raios do sol na Praia do Jacaré, às margens do Rio Paraíba. As pessoas acomodam-se e assistem ao pôr-do-sol ouvindo saxofone

Depois de aproveitar as praias centrais, chega a hora de partir para conhecer o litoral dos arredores. A costa paraibana tem belezas nos dois lados da capital.

Os terrenos ainda desocupados espalhados pela cidade, aliados às ruas largas, pouco movimentadas e bem arborizadas fazem pensar que toda cidade de litoral deveria ser assim.

O centro de João Pessoa não nega sua fama de capital mais tranqüila do Nordeste. Aliás, com 600 mil habitantes tem a hospitalidade de uma cidade do interior.

João Pessoa costuma ser um tanto ignorada por quem procura férias no Nordeste. Mesmo hoje, a cidade ainda luta para vencer o estigma (injusto) de “patinho feio”.

A cidade é incrível, não se pode ir à Paraíba e não conhecer as suas praias paradisíacas. Ao norte de João Pessoa está a praia de Cabedelo, bem próxima à praia do Jacaré, famosa por ser um dos principais programas turísticos da região.

Areia Vermelha, uma ilha de areia, a cerca de 800 metros adiante da Praia de Camboinha. Da terra firme, parece uma praia de verdade, quando a maré sobe, a ilha fica submersa e é preciso voltar.

O Mercado de Artesanato Paraibano é uma boa pedida para os passeios noturnos. São 130 lojas abertas diariamente com uma infinidade de produtos.

O turismo é o principal meio de vida dos pessoenses, que produzem vários produtos artesanais e vendem em feiras no centro da cidade.

sábado, 28 de novembro de 2009

Avental de Fotógrafo
Se você gosta de bancar o chef e curte fotografia, não existe avental mais legal! Um fotômetro e uma Rolleiflex impressos de forma a parecer que estão pendurados no pescoço, dão um charme todo especial a este avental que tem assinatura da grande fotógrafa Lee Miller. Para quem não conhece (e vale à pena conhecer), ela foi por exemplo, a única mulher a estar no front de batalhas cobrindo a Segunda Guerra. Os equipamentos do avental eram os que Lee Miller usava.
Alinhar ao centro

VIVA A VIDA AGORA!

Nós nos convencemos que a vida ficará melhor algum dia, quando nos casarmos, quando tivermos um filho, e depois, outro.Então ficamos frustrados, porque nossos filhos não tem idade suficiente, e seria muito melhor se tivessem. Depois nos frustramos porque temos filhos adolescentes e temos de lidar com eles. Certamente seremos mais felizes quando nossos filhos tiverem ultrapassado esta fase. Dizemos que nossa vida só será completa quando nosso cônjuge conseguir o que busca, quando tivermos comprado um carro melhor, ou tivermos condições de fazer uma viagem longa, ou quando estivermos aposentados.

A verdade é que não há época melhor para ser feliz do que o agora mesmo! Se não, quando?

Sua vida será sempre cheia de desafios, Melhor admitir isso para você mesmo e decidir der feliz de qualquer modo. Uma das minhas frases preferidas é de Alfred D., quando diz:” Por muito tempo eu pensei que que minha vida fosse se tornar uma vida de verdade. Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes começar a viver- um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria. Por fim, cheguei a conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade. Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho!”

Assim, aproveite todos os momentos que você tem. E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo e, lembre-se de que o tempo não espera ninguém.

Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade, até que você perca 5 quilos, até que você tenha tido filhos, até que seus filhos tenham saído de casa, até que você se divorcie, até que você se case, até sexta à noite, até segunda de manhã, até que você tenha comprado um carro ou uma casa, até que eles tenha sido pagos, até o próximo verão, primavera, outono, inverno, até que você esteja aposentado, até que a música toque, até que você morra, e decida que não há melhor hora para ser feliz do que AGORA MESMO...

A Muito#87 que circulará neste domingo 29/11

Fonte: http://revistamuito.atarde.com.br/
Foto: Thiago Teixeira | Ag. A TARDE
A Muito#87, que circula neste domingo, leva os leitores a um passeio pela avenida mais movimentada de Salvador. São mais de 3.800 pontos comerciais espalhados pelos 1,3 quilômetros da Avenida Sete, onde diariamente circulam cerca de 600 mil pessoas. Haroldo Nuñez, presidente do Fórum Municipal para o Desenvolvimento Sustentável do Centro da Cidade, conta que quer fazer do lugar o “maior shopping a céu aberto do Norte-Nordeste”.
Foto: Thiago Teixeira | Ag. A TARDE
O editorial de moda também foi fotografado na Av. Sete e prova que não é preciso gastar muito em shoppings para se vestir bem. O comércio popular está cheio de roupas e acessórios bacanas e baratos. É só ter paciência para bater perna e garimpar.
Foto: Thiago Teixeira | Ag. A TARDE
No Abre aspas, o antropólogo Edward MacRae defende a legalização do uso e comércio de drogas, como forma de reduzir a violência nos grandes centros urbanos. “É necessário e possível mudar a questão da maconha, e mais tarde a gente vai ter de pensar nas outras substâncias. O tráfico é extremamente poderoso em termos de dinheiro e armamento. Tem muito mais gente morrendo em decorrência da guerra às drogas do que do uso de drogas”.
Foto: Thiago Teixeira | Ag. A TARDE
Gastrô mostra os diversos queijos finos que estão invadindo o mercado baiano. Só a Perini importa em média 50 toneladas de queijo por ano, especialmente da Holanda e da Itália. “Na minha opinião, os franceses são únicos, mas acho que o sabor ainda não é muito aceito por aqui, porque normalmente tem características muito fortes”, arrisca Alexandre Maia, gerente de importação da delicatessen.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Bloco alternativo do Ilê Aiyê vai misturar negros e brancos

Foto: Rosângela Guedes
Luisa Torreão, do A TARDE
Já não será mais preciso um banho de piche, como sugere os versos da emblemática canção Que bloco é esse?, para os brancos terem a chance de experimentar a negritude do Ilê Aiyê. Na quinta-feira do Carnaval de 2010, gente de pele clara, negra ou mestiça vai dividir as cordas no trio.
Primeiro bloco afro da Bahia, o Ilê anunciou, na última quarta-feira, a saída no circuito Barra-Ondina de um bloco alternativo plurirracial, o Eu Também Sou Ilê – que já havia desfilado em 1996. Onde chega, a notícia tem provocado rebuliço e divergentes opiniões. Para muita gente, trata-se de uma quebra na tradição de resistência negra da entidade de 35 anos.
É o que defende a foliã Maíra Azevedo, 28 anos, cinco de Avenida: “Isso é uma prova de como o capitalismo está dominando a sociedade. Eu compreendo a demanda do sistema, mas prefiro o Ilê histórico, que representa uma conquista do povo negro”. Ela diz ter receio de que o bloco afro seja reduzido de três para apenas um dia, tendo o espaço ocupado pelo alternativo.
O presidente da entidade, Vovô, garante que isso não irá ocorrer. “A tradição continua”, assegura. Segundo ele, é mais um produto do Ilê que serve de alternativa àqueles que tinham vontade de sair no bloco e não podiam. “Tem muita gente que vem de fora, muito gringo que gosta da nossa musicalidade, da batida, e quer participar”, alega.
Para o professor e antropólogo Roberto Albergaria, a intenção vai um pouco mais além: trata-se de um “factoide carnavalesco para gerar mídia e grana”. Segundo ele, o Carnaval baiano está definhando desde que teria se transformado em uma “caricatura ridícula de si mesmo”.
Albergaria não poupa críticas: “Do ponto de vista econômico, é uma excelente jogada de marketing. Já do ponto de vista cultural, é mais uma pataquada que o rendoso mercado do ‘black is business’ (negro é negócio) introduz num carnaval que já virou misto de circo e balcão de negócios, enriquecendo não só as velhas lideranças branco-mestiças, mas também os novos senhores negro-mestiços”.
Expectativa - Comércio à parte, há quem veja a proposta como boa alternativa para os que nunca puderam desfilar no Ilê. “Vai atender a uma expectativa de muita gente que sempre quis sair. Por esse lado, é válida a iniciativa”, argumenta a foliã afro há cinco anos Ângela Guimarães, 26.
Ângela lembra que o cenário soteropolitano era diferente quando o Ilê foi criado. “Era uma época que exigia aquela tomada de postura. Hoje, nossa cultura agrega as diversidades”, contemporiza. Mas, como tudo tem dois lados, ela adverte: “A gente tem o receio da descaracterização, de passar a ser um Carnaval mais pasteurizado do que já é”, argumenta.
Para o doutor em antropologia Vilson Caetano, o Ilê, já muito criticado pela mídia, está querendo mostrar que não é racista. “Isso pode servir de exemplo aos blocos de brancos, onde os negros estão ausentes. Inspirados nessa postura, eles podem começar a se abrir para os negros também”, aposta.

Eu também sou Ilê

Ilê Aiyê acaba de relançar bloco alternativo. Foto: João Alvarez | AG. A TARDE
O Ilê Aiyê está relançando um bloco alternativo chamado “Eu Também Sou Ilê”, que saiu apenas em 1996. A proposta desta outra agremiação é reunir gente de todas as cores, afinal no Ilê Aiyê só negros podem desfilar. Como aconteceu no início da história do bloco, o anúncio do alternativo que vai desfilar no circuito Barra-Ondina está causando polêmica.
Nestes 35 anos da agremiação, volta e meia os diretores têm que explicar a proposta do bloco, pois muita gente não entende ou não tem vontade de entender. O Ilê surgiu numa época em que a discussão sobre o racismo estava sob a censura da Lei de Segurança Nacional. Eram tempos de ditadura militar e o Movimento Negro Unificado (MNU) só foi fundado em 1978.
O Ilê que chegou na avenida com o lema “Negro é lindo” conseguiu o seu intento: causou polêmica e levantou a questão do racismo no Carnaval de Salvador, afinal as festas eram feitas nos clubes e blocos de elite, onde a população negra não conseguia acesso.
O Ilê Aiyê foi o primeiro dos blocos afro e manteve a sua proposta amparado no conceito de “discriminação positiva”, ou seja, um grupo cultural mantém critérios de participação exclusiva daqueles que compartilham seus mesmos elementos culturais e isto é considerado legítimo do ponto de vista legal.
Chega a ser risível a hipocrisia de alguns que criticam isso pois outros blocos fizeram discriminação não positiva, amparada em outros critérios, onde o racismo também está incluído e da sua forma mais cruel que é a velada. A coisa chegou a ser escancarada com a história da “boa aparência”, via apresentação de fotos dos candidatos a sócios. E este conceito de “boa aparência” sempre foi entendido como o mais longe possível do fenótipo negro e todo mundo sabe disso.
O procedimento só acabou com a intervenção do Ministério Público Estadual. Além disso tem outra questão que me parece interessante: por que tanta gritaria quando é um bloco afro que tenta diversificar sua fonte de renda? Os outros também não teem seus alternativos e ganham com isso?
Para mim nessa história quem vai ganhar é o Carnaval de Salvador com a invasão de mais um afro- só o Olodum desfila na Barra- no espaço mais elitizado da folia baiana.
Originalmente publicado no Mundo Afro

Entrevista com o Dr. Marcelo Veras

"As pessoas estão desbussoladaS"

por: Ronaldo Jacobina

Foi durante a residência médica em cardiologia que Marcelo Veras, 47, decidiu fazer psiquiatria. O residente auxiliava uma cirurgia de coração e, enquanto obedecia às ordens do cirurgião-chefe, de apertar e soltar a veia aorta do paciente, mirava o teto do centro cirúrgico e se perguntava o que estava fazendo ali. Teve um insight. Trocou a bomba que faz a máquina humana pulsar pela que norteia a vida. Fez mestrado em Paris, doutorado no Rio de Janeiro e comandou o Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, na Bahia. Daí para a psicanálise, foi um caminho natural.

Atualmente, divide seu tempo entre o consultório no 20º andar de um prédio na Avenida Tancredo Neves e a sede da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex), na Federação, entidade que passou a comandar há cerca de dois meses. Casado com a cientista da Fiocruz Patrícia Veras e pai de três filhas, ainda encontra tempo para dar aulas de psicanálise em instituições públicas e privadas e para tocar o projeto social Criamundo, que trabalha com a inserção de pacientes psiquiátricos no mercado de trabalho. Estudioso e contemplador da alma humana, administra com tranquilidade suas muitas ocupações. Nesta entrevista, Veras fala sobre as relações humanas da contemporaneidade e decreta que o amor cortês acabou. Sem fazer juízo de valor, em momento algum, alerta para o fato de que estamos caminhando para a solidão.

O que mudou nas relações entre as pessoas?

As relações hoje são mais rápidas e, forçosamente, mais efêmeras. A construção de uma relação requer um certo tempo, e o que vemos hoje são pessoas que não toleram a frustração do tempo longo, aquilo que a gente costuma chamar de fobia do tempo lento. Uma prova disso é que quando a internet começou a povoar a nossa vida, demorava um século para baixar uma página, hoje o mínimo que o computador demore para responder já angustia a pessoa, a gente já quer aumentar a capacidade do equipamento, já quer comprar um computador mais veloz, a gente não suporta mais esperar.

A internet tornou as relações entre as pessoas mais difíceis?

Isso pode tornar as relações mais difíceis. É claro que tem sempre quem diga que é facilitador, então não emito nenhum discurso de cunho moralizante, mas é difícil as pessoas se encontrarem hoje. As cidades tomaram uma dimensão tão gigante que é claro que os nossos filhos precisam recorrer aos chats para se encontrar. As grandes cidades perderam a escala humana. Antes você andava nas ruas e enxergava a vizinha do segundo andar, hoje as proporções são muito altas e não se sabe o que se passa nesses prédios.

Isso aumenta a ansiedade?

Seguramente. As pessoas foram capturadas pela ideia da satisfação imediata. E essa felicidade é impossível e faz com que o sujeito não saiba mais lidar com o tempo. De um certo modo, a angústia e o pânico são situações em que o sujeito é capturado por uma urgência atemporal em que parece que ele não tem mais a dimensão do tempo, não tem mais a percepção do corpo.

Síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), anorexia… estas são doenças da contemporaneidade?

Certamente. Primeiro, são diagnósticos muito atuais, mas, no fundo, trazem sintomas que aconteciam sempre, mas que certamente são mais valorizadas por determinados remanejamentos da cultura contemporânea que fazem com que aconteça muito mais. E têm crescido na atualidade. O que existe hoje é uma paixão pela nomeação dos sintomas. O ser humano está desbussolado, ele não sabe mais quem ele é. As pessoas sentem a necessidade de se enquadrarem em alguma coisa. Na verdade, o que essas pessoas não têm é foco. Exige-se cada vez mais um ideal e, quando não se atinge, sofre-se porque será rotulado. Antigamente, as pessoas tinham cinco, seis irmãos. Hoje, os casais têm um único filho, e esse é o “projeto filho”. Ele foi concebido artificialmente, tem de passar nos melhores concursos, tem de saber inglês, enfim, tem responsabilidades para não frustrar o projeto dos pais.

Se não consegue, a criança se frustra, fica angustiada.

Exato. Existe o projeto família, e ele não pode ser frustrado. Existem casais que não conseguem ter filhos e fazem os mais diversos tratamentos e, quando conseguem, optam pela cesariana. Inverteram-se as coisas. Agora a dor é fazer o filho, e o parto é o prazer. Antes era o contrário.

São estes projetos de família que tornam as relações tão efêmeras hoje?

É claro. As relações hoje são líquidas, tudo se tornou muito rápido, muito fluido. O tempo é muito rápido. Estamos numa hipermodernidade que nos cobra rapidez, eficiência, velocidade e se suporta muito pouco a frustração de um parceiro. Existe a ideia de que uma coisa pode, rapidamente, ser trocada por outra. Vivemos numa liberação sexual na qual tudo é permitido. Tenho casos no meu consultório de homens que conseguem ter todas as mulheres que desejam, mas não conseguem ficar com nenhuma. O grande sofrimento deles é não se fixar em uma mulher só.

E não conseguem por quê?

Porque só conseguem amar, só conseguem gozar e ter aquela mulher como um objeto de gozo imediato.

Então o amor acabou?

Sim, de certa forma sim. O amor cortês, aquele em que o sujeito movia o mundo para conseguir o olhar da amada, mas não alcança, acabou.

Esse amor não realizado pode gerar uma grande frustração?

Sim, só que as pessoas chamam isso de depressão. Ninguém tem mais frustração, todos são perfeitos, o que as pessoas têm agora é depressão. Depressão é o nome da frustração na contemporaneidade. Existe uma paixão contemporânea por tudo que tem a ver com o corpo. O que a gente percebe é que o que o homem tem de mais intrinsecamente humano, que são seus erros, suas falhas, suas hesitações, tudo isso hoje está sendo transformado em erro cognitivo. Hoje ninguém pode dar mais mancada, a pessoa pegou o erro de um pensamento-padrão. É preciso acabar com a ideia de que o primado da cognição, da mente, vai transformar um homem num outro, que vai conseguir eliminar os erros que ele tenha na vida.

Mas somos nós que fazemos as nossas escolhas?

Sim, mas o sujeito bem informado não vai escolher exatamente o melhor. Não adianta chegar para ele, informá-lo e dizer: olhe, escolha isso, escolha aquilo, olhe a má escolha! Se você fizer isso assim ou aquilo lá… Muitas vezes, escolhemos o pior, isso não é um erro de cognição, é da natureza humana mesmo, de que nosso modo de gozar, de desejar, nunca é exatamente aquilo que a gente queria. Nunca estaremos plenamente satisfeitos porque seremos sempre metades incompletas. O que acabou também, e nesse ponto a psicanálise é até muito próxima do mundo contemporâneo, foi aquele mito de que dois fazem um. Tem uma música da Fátima Guedes que diz “quando dormimos juntos, sonhos separados, que nós não vamos confessar de modo algum”. Sempre que estamos com o outro, há uma franja de traição. Muitas vezes, o homem fica preocupado que a mulher o esteja traindo com outros homens, e a gente vê na psicanálise que, às vezes, as mulheres os traem consigo mesmas. Elas têm algo da feminilidade que nunca vão conseguir comunicar. É um mundo feminino que não se comunica nunca com o mundo masculino. Então, onde esta análise faz um certo diferencial, na questão sexual, por exemplo (Lacan, quando disse isso, foi um escândalo), a relação sexual não existe. O que ele quis dizer é que sempre a relação sexual é incompleta, sempre deixa algo a desejar.

Então a sexualidade ainda move tudo?

Sim, a sexualidade ainda move o mundo porque o ser humano é sexual. Mas a questão não está só nisso. Está no fato de que há um momento em que a sexualidade tem que abrir uma brecha para que eu realmente encontre o outro. A sexualidade tanto pode ser usada para que eu fique trancado no meu mundo narcísico, pode ser algo que me tire um pouco do mundo, como pode ser algo que me faça me comunicar com o mundo. Existe um componente da sexualidade que chamamos de narcísico ou autoerótico de que dois nunca fazem um. Sempre serão dois, na cama, por exemplo. Esses dois nunca formam um perfeitamente. Cada um com sua fantasia, com seu modo de extrair gozo com o outro, dentro da fantasia. Ora, mas há um modo de viver essa sexualidade em que esse outro é um outro que fala, que existe como pessoa – e aí estamos diante de uma cortina que podemos chamar de amor –, e há um outro que é um mero instrumento para o meu gozo autoerótico. E aí esse outro vai ter a função, em alguns casos – isso são palavras de um paciente meu –, tão semelhante a uma boneca inflável, apenas não é inflável, mas ele mesmo tem essa impressão de que está se relacionando com uma boneca inflável. Porque aquela parceira que está ali vale tão pouco pelo que é e tão mais pela vontade dele de se autossatisfazer sexualmente.

Por isso as pessoas se separam tanto e tão rápido nos dias de hoje?
Claro, as separações são comuns porque vivemos na cultura do descartável, do rápido. Tratamos a vida amorosa como manager, não tá bom, bota outro no lugar. O compromisso é muito mais com a rapidez, com a resolução das coisas, do que ter o tempo necessário para o relacionamento.
Isso não vai nos levar à solidão?
Nós já estamos num mundo onde há muita solidão. E é um mundo em que a gente deve estar muito atento para ele, que é muito particular, porque é a solidão entre muitos. O que faz a verdadeira troca social é a possibilidade que temos de suportar o outro com as suas diferenças. Existe uma modalidade de solidão em grupo que tem uma certa tendência à segregação. É a “guetificação” dos meios, onde eu só consigo me sentir em grupo dentro da minha tribo.
Por que as pessoas têm tanta dificuldade em se relacionar hoje?
Porque os novos ideais são eminentemente mais egoístas. Hoje temos uma sociedade onde o que vale é a imagem efêmera de sucesso. As pessoas buscam isso. Basta ver a proliferação de revistas onde só se mostram imagens. E essas imagens não traduzem as pessoas, não mostram o que elas são de verdade. Se você pega uma dessas revistas, percebe que 95% das imagens são das pessoas sempre rindo.
Vai ver são mais felizes mesmo, não?
Elas não estão mais felizes. O que me preocupa é que vivemos num mundo onde há um imperativo de felicidade. A doutrina da felicidade ligada ao sucesso e à ideia de que alguém que não esteja feliz está errada. Mas hoje as pessoas se acostumaram a confundir tristeza com depressão. Pois é, mas a depressão é uma doença séria, que não pode ser banalizada, transformando todo mundo numa comunidade deprimida. Exatamente porque é muito séria. Não podemos nivelar por baixo ou, como já foi proposto certa feita, que determinados remédios fizessem parte da composição da água da cidade, como o flúor, por exemplo.
O sexo sempre foi tabu para a maioria das pessoas. Ainda é?
No fundo, na aparente liberação sexual, você pode tudo. Você entra em pane de desejo. O desejo pede certo distanciamento porque exige manter aquilo que se deseja numa relação de satisfação. Aquele que só consegue se satisfazer através do objeto acaba se tornando um adicto. Ele confunde a satisfação do desejo, do postergar dessa satisfação, com o imperativo de satisfazer o desejo a qualquer preço.
O senhor concorda que “de perto ninguém é normal”?
Olha, com 20 anos de prática em consultório, nunca encontrei ninguém normal. Mas a norma é sempre coletiva. Você pergunta para as pessoas se elas têm algum problema e elas dizem que são normais. Claro que vão se achar normais, não se consideram loucas, mas cada um sempre terá seu modo de viver.

Você usaria? eu achei interessantíssima!

Dê uma olhada na foto acima e responda: você teria coragem de sair com uma bolsa em forma de galinha? É, por mais incrível que pareça, isso é uma bolsa.
Claro que feita para as mulheres muito ousadas.

A "Chicken Bag" como é chamada, foi produzida pela marca paulista Q-Vizu, conhecida pela irreverrência. Se você gostou e quer uma, o preço é R$ 159.

94% dos brasileiros não têm banda larga
Fonte: Estadão
Adianta falar em inclusão digital sem conexão veloz? Governos de todo o mundo já discutem como universalizar o acesso rápido, mas o Brasil ainda engatinha nesta questão
Existe um Brasil que não consegue assistir a vídeos no YouTube. Que não tem perfil no Facebook, não acompanha a dinâmica do Twitter nem sonha em entrar no Google Wave. Entra no MSN, mas precisa de nove horas para fazer o download do programa - isso quando a conexão não cai. É o Brasil desconectado - ou 94,2% do nosso País.
O Banco Mundial já avisou: cada vez que as conexões rápidas aumentam em 10%, o PIB de um país cresce 1,3%. Estamos longe disso: hoje a internet banda larga no País chega a 5,8% da população.
O governo federal se prepara para lançar ainda neste mês o Plano Nacional de Banda Larga, que pretende levar internet rápida a quase 80% dos municípios brasileiros. O plano prevê a expansão do acesso com planos, segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, de até R$ 9,90. A meta é expandir o acesso domiciliar - mas, segundo o coordenador dos projetos de inclusão digital do governo federal, Cezar Alvarez, "seria ingenuidade pensar em atingir o universo da população com conexões individuais". Para ele, é preciso investir também em acessos coletivos.
O plano está sendo discutido por um grupo de trabalho interministerial. O governo ainda não revelou se a rede de banda larga será administrada por uma empresa estatal, por exemplo, mas parte dessas dúvidas devem ser sanadas hoje. A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência realiza hoje, em Brasília, um seminário internacional sobre o assunto com a participação dos ministros Hélio Costa e Paulo Bernardo (Planejamento), Ronaldo Sardenberg, presidente da Anatel, e outros especialistas internacionais. O Plano Nacional está na pauta. Segundo o coordenador do evento, Gabriel Laender, a definição do texto "já foi praticamente concluída". "Estamos num momento de revisão e articulação final", disse.
Não se sabe ainda qual é o conteúdo, mas as metas são ambiciosas. Augusto Gadelha, secretário de Política da Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, diz que em cinco anos a banda larga atingirá um "percentual significativo de domicílios e todas as escolas urbanas e órgãos públicos do País". "Poderemos estar entre os dez países com maior penetração de banda larga do mundo".
Internet cada vez mais veloz
Uma pesquisa conjunta das universidades de Oxford, na Inglaterra, e Oviedo, na Espanha, mostrou que, neste ano, a velocidade média da banda larga aumentou 45% em comparação com o ano anterior. A Coreia do Sul, líder do ranking, tem 97% de suas residências conectadas - o que leva a uma mudança no perfil de consumo, com a mídia física sendo substituída por músicas, filmes e livros digitais. É o Japão, no entanto, o dono da web mais veloz, com conexão média de 60 Mbps.
A importância de 2009, no entanto, não está nos dados de web ultravelozes, mas na iniciativa de diversos países para que uma conexão 1 Mbps seja garantida, colocando a web no mesmo patamar de serviços básicos como água e eletricidade. Começou com o primeiro ministro inglês Gordon Brown, que anunciou um projeto para a expansão da banda larga para todos os ingleses. Depois, Finlândia e Itália foram mais longe e colocaram a banda larga como um "direito fundamental". E tudo indica que é apenas o começo. (Rafael Cabral)
O MUNDO E A INTERNET RÁPIDA
* Melhor custo-benefício, o Japão tem 64% de suas casas com banda larga, com velocidade média de 60 Mbps, custando US$ 0,27 por 1 Mbps.
* 97% do povo coreana tem acesso à banda larga (média de 46 Mbps). O país é o líder de um ranking de conexões das universidades de Oxford e Oviedo.
* Melhor país da Europa em conexão, a Suécia tem penetração de 69%, custo médio de US$ 0,63 por cada 1 Mbps e velocidade média de 18 Mbps na conexão.
* Devido ao tamanho do território e ao controle sobre a população, a Suíça conseguiu conectar 90% de seus cidadãos com banda larga e é o segundo melhor país da Europa no ranking.
* A Finlândia, que aprovou uma lei que diz que uma conexão de 1 Mbps é "direito fundamental" de qualquer cidadão, tem 80% de penetração e média de 22 Mbps.
* Apesar de também ter um projeto para a universalização da banda larga, a situação da Itália não é tão boa: 50% de casas conectadas, com média de 4 Mbps.
* Nos EUA, a média de velocidade é de 4,8 Mbps e a média de preço por 1 Mbps é de US$ 3,33. Cerca de 80% das residências têm acesso à banda larga.
* A velocidade média de conexão por banda larga na França é de 17,6 Mbps. Paga-se US$ 1,64 por cada 1 Mbps e cerca de 70% das casas são atendidas pelo serviço de internet rápida.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Use o inconsciente, atinja metas

Dicas da Programação Neurolinguística para realizar seus objetivos

A Programação Neurolinguistica (PNL) é classicamente definida como "o estudo da estrutura da mente subjetiva". É um sistema de comunicação e um método prático para alcançar resultados excelentes através da utilização de estratégias mentais, linguagem, fisiologia, estados emocionais, crenças e valores. A PNL estuda como o cérebro funciona e como utilizamos a linguagem para programar nosso inconsciente para nos guiar na vida diária.

A técnica oferece inúmeras ferramentas para se alcançar os objetivos. Hoje falaremos sobre o modelo SMART para a conquista de objetivos pessoais ou profissionais.

O modelo SMART determina que a meta precisa ser Específica, Mensurável, Alcançável, Relevante e Temporal.

Vamos procurar entender cada um desses elementos. A maioria das pessoas encontra dificuldades na vida porque não especifica de forma clara os seus objetivos. Todos querem ganhar mais dinheiro, melhorar de vida, viajar, ter um bom relacionamento, boas condições de saúde. Entretanto, poucos especificam esses objetivos em termos práticos. Exemplo: quero ganhar cinco mil reais por mês, quero trocar de automóvel, quero comprar uma nova cadeira para a minha mesa de trabalho, quero me entender bem com minha esposa e filhos, através do diálogo e boa convivência, quero visitar Gramado nas minhas próximas férias,quero me exercitar duas vezes por semana, etc.

Mensurável significa que a meta precisa de um tamanho adequado, saudável, desafiador e atraente. Uma meta grande demais leva ao desânimo e frustração. A maioria das pessoas estabelece metas gigantescas, excessivamente grandes e além das suas reais capacidades. O que acontece nesses casos, é que as datas estipuladas vão chegando sem que as metas sejam cumpridas. Não estou dizendo que a pessoa não possa e não deva sonhar, ter planos, desejos. Isto é saudável e altamente recomendável. Porém sonho é sonho. Meta é meta. Por outro lado, metas pequenas demais, que não representam desafios, que a pessoa realiza sem aquela agradável sensação de conquista, também levam à rotina e desvalorização das conquistas pela mente humana.

Alcançável é o complemento de mensurável. Só estabeleça metas que dependam de você. E também que você que tenha a energia, os recursos, a determinação e a capacidade de realizar. Muitas pessoas fazem metas contando com outras pessoas e ficam frustradas quando os outros não se comprometem. Estabelecer metas sem avaliar os recursos que você possui e precisa é condenar-se ao insucesso. Considere os recursos financeiros, materiais, pessoas. Mas considere também seus próprios recursos pessoais, como automotivação, determinação, flexibilidade, persistência, capacidade de negociar, entre outros.

A meta deve ser relevante, ou seja, ela precisa estar alinhada com as suas crenças, princípios e valores. As perguntas a serem feitas são: "Por que eu quero alcançar esse objetivo?" "Essa meta vai de encontro a alguma coisa que acredito e valorizo?" Se for, esqueça, ou prepare-se para pagar o preço com sofrimento após conquistar o seu objetivo. Relevante significa que a meta lhe dará motivação. Ela deve ser tão apetitosa e atraente que tudo que você quer é alcançar aquele objetivo. Uma meta relevante faz você pular da cama todos os dias com o desejo ardente de conseguir, de chegar lá.

O tempo é algo que não pode ser ignorado. A maioria das pessoas que me contratam vivem estressadas porque querem tudo para a semana passada. Vivem com a sensação de que estão devendo algo ao mundo. Quando falo para essas pessoas sobre seus planos para os próximos trinta anos, algumas entram em pânico. Não conseguem se ver lá no futuro, tendo realizado grandes conquistas na vida. Quando olham para o futuro vêem um vazio, uma sensação de que não tem nada lá. Essas pessoas vivem atoladas em compromissos que não conseguem cumprir. E vão se complicando cada vez mais à medida que estabelecem mais objetivos, sabendo que não vão poder realizar. Ao mesmo tempo, olham para a agenda cheia de tarefas que não foram cumpridas. O resultado disso é o estresse, a ansiedade, doenças psicossomáticas.

Sonhos de hoje, metas de amanhã

Separe suas metas de seus sonhos e desejos. Meta é destino. No futebol a meta é o gol, o lugar onde o atleta vai colocar a bola para marcar o ponto e vencer a partida. Quando estabelecemos a meta é porque estamos prontos. Uma vez escritas, devemos persistir nelas sem nos desviarmos do caminho. Isso quer dizer que não devemos colocar no papel os nossos sonhos? Não! Escreva os seus sonhos, seus desejos, sua visão de futuro. Os sonhos de hoje são as metas de amanhã.

Organize suas metas por ordem de tamanho e relevância, colocando mais perto de você aquelas que são mais fáceis de realizar e deixando aquelas que darão mais trabalho e exigirão mais esforço para mais tarde. Mas estabeleça datas e ponha todas no papel. Mas lembre-se que as coisas não acontecerão por si só. O que vai materializar os seus objetivos é a ação. Então, mãos a obra! Uma vez escritas as metas, comece a agir imediatamente para torná-las reais.

SOBRE O AUTOR:

Trainer internacional e consultor de empresas com mais de vinte e cinco anos de experiência em desenvolvimento de pessoas e formação de líderes em grandes organizações. Especialista em aprendizagem acelerativa.

Fonte: Personare

Alugam-se galinhas para quem quiser ovos frescos

A novidade surgiu na Espanha, mais precisamente em Navarra. Dois jovens agricultores alugam galinhas para quem deseja ter ovos fresquinhos em casa.
Junto com a ave, que é levada até a casa do freguês, os criadores levam um galinheiro, ração e a garantia de, pelo menos, seis ovos por semana.
Tudo começou a três meses, na região nordeste da Espanha, mas não é que os apreciadores de ovos gostaram? Tanto que o “Aluga uma Galinha” – nome do negócio – já está prestes a vender franquias para a França e Alemanha. O aluguel, mensal, tem preço equivalente a 190 reais. Se o freguês quiser ficar em definitivo com a galinha, paga 500 e ganha o galinheiro. Senão, pode devolver e pagar 100 reais por mês, com direito a receber, em domicílio, todos os ovos botados pela sua “apadrinhada”.
Se a moda pega... Imagina tomar leitinho fresco todo dia...
Fonte: Ney Mourão
BOM DIA, CALOR!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Peregrinação religiosa? Não!

Mensagem
Não! Não é uma peregrinação religiosa!
Milhares de pessoas se aglomeram em frente a shopping de Jacarta, na Indonésia, em uma tentativa de conseguir comprar celular com desconto durante liquidação.
Mensagem

Fonte:

O que de fato pode revolucionar a educação

Obra performática de Leonel Mattos
Ethevaldo Siqueira escreve para "O Estado de SP":
A Finlândia oferece à sua população aquela que é considerada a melhor educação entre todos os países do mundo. Esse nível de excelência alcança tanto a universidade, como o ensino nos níveis médio e primário. Tais resultados decorrem, acima de tudo, da qualidade de seus professores, das instalações de suas escolas, da adequação de seus currículos, do número de horas efetivas de aulas e da seriedade dos processos de avaliação da aprendizagem.
Que bom seria se professores brasileiros pudessem dar um depoimento parecido com este que ouvi de um professor de primeiro grau finlandês: "Como educador, sou bem remunerado, sinto-me integrante da classe média, tenho casa própria, automóvel, sei que terei uma aposentadoria decente e que meus filhos poderão estudar nas melhores escolas. A sociedade me respeita e reconhece o valor de minha contribuição para o futuro das crianças e jovens de meu país".
Ao visitar a Finlândia no ano passado, minha maior surpresa foi notar que suas escolas não revelam nenhuma paixão especial pelo computador ou pela banda larga. É claro que seus educadores consideram esses recursos tecnológicos importantes, mas afirmam que eles devem ser utilizados na dose certa, no momento exato e de modo correto.
Um dos exemplos desse uso correto é o curso que a escola de nível médio ministra a garotos e adolescentes na Finlândia e em outros países da Europa, para prepará-los para o uso competente do computador e da internet, fornecendo-lhe, ao final, o certificado chamado computer driving license, por analogia com a carteira de habilitação de motorista. Seria muito bom que as crianças brasileiras dispusessem de cursos periódicos semelhantes.
Um laptop por aluno?
Não tenho dúvida de que a maioria das pessoas que defende o projeto de Um Laptop por Criança (OLPC, na sigla em inglês One Laptop Per Child) para o Brasil e outros países emergentes, são pessoas bem-intencionadas e idealistas. Mas basta refletir um pouco mais para se comprovar a fragilidade desse projeto.
Sejamos realistas. A maioria das crianças não poderá levar seu laptop à escola sem correr o risco de assalto no caminho, em especial em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os que conseguirem chegar à escola com a máquina, serão, com certeza, tentados a navegar pelos sites mais inadequados durante as aulas.
Nesse caso, o laptop será muito mais um elemento de dispersão da atenção do aluno do que uma boa ferramenta de ensino. A experiência finlandesa mostra claramente que o computador,quando usado rotineiramente em sala de aula, sem critério, não traz nenhum benefício para a aprendizagem. Pelo contrário, prejudica o aproveitamento escolar do aluno.
É claro que muitas escolas poderão oferecer a seus alunos acesso a terminais de computadores de uma rede local, com recursos audiovisuais e didáticos, para o ensino de geografia, história, matemática, física, química, biologia, literatura e outras matérias, a partir de projetos pedagógicos bem concebidos.
Nesse sentido, seria útil e desejável que os garotos aprendessem a usar em casa alguns aplicativos para a aprendizagem de certas matérias. Conheço pais que usam o Google Earth para ensinar geografia a seus filhos. Ou astronomia com um programa tão atraente quanto o Starry Night (Noite Estrelada). Na escola, esses e muitos outros recursos de software poderiam ser adotados para ilustrar aulas, mas sempre sob estrita orientação do professor.
Não há milagre
Esperar que a simples disponibilidade do computador e da internet de banda larga na escola deflagre uma revolução na qualidade do ensino é mais que ingenuidade. Nenhuma ferramenta ou tecnologia tem esse dom mágico.
Na verdade, a grande revolução educacional que um país pode realizar é resultado da combinação de um conjunto de fatores tão conhecidos como: a) investimentos públicos prioritários em educação; b) melhor formação e atualização do professor; c) remuneração condigna e a perspectiva de uma carreira atraente ao educador; d) melhoria constante do ambiente escolar, dando-lhe mais segurança e funcionalidade; e) especial atenção à saúde e à nutrição dos alunos; f) atualização permanente dos currículos e do material didático; g) envolvimento direto da família e da sociedade no problema da educação.
Esse último aspecto me preocupa de modo especial, pois a maioria dos pais brasileiros não acompanha de perto a vida de seus filhos na escola, não conhece sequer seus professores, nem sabe o que suas crianças fazem na internet.
No Brasil, vivemos um momento paradoxal. Sem realizar nenhuma reforma em profundidade da educação no país, o governo federal anuncia um projeto no mínimo eleitoreiro: a distribuição de centenas de milhares de laptops e a instalação de terminais de acesso de banda larga à internet em todas as escolas de primeiro e segundo graus do país.
Os resultados efetivos desse projeto para a educação serão quase nulos. Como sempre, a maioria dos políticos e governantes só pensa em obter votos e não está interessada nas melhores soluções para o país.
(O Estado de SP, 22/11)

A classe C com diploma

criação e foto de Nino Cais
Alunos de baixa renda, geralmente os primeiros da família a chegar à universidade, mudam a cara do ensino superior
Carolina Stanisci, Elida Oliveira e Paulo Saldaña, especial para o
Estadão.edu -
SÃO PAULO - Eles estão mudando a cara do ensino superior no País. Os chamados universitários da classe C trabalham para pagar os estudos e demoram anos para iniciar o curso depois de concluir o ensino médio. Mas isso não importa: batalhadores, valorizam o fato de terem chegado à universidade – até porque, geralmente são os primeiros de sua família a conseguir isso.
Dos 5,9 milhões de estudantes de graduação no País, 31,4% têm renda familiar entre 1 e 5 salários mínimos. O número quase dobrou desde 2002, quando o percentual era de 16,2%. Isso tem ocorrido graças a iniciativas oficiais, como políticas de cotas e o Programa Universidade para Todos (ProUni), mas também por causa de universidades que apostam nesse público, cobrando mensalidades baixas – que podem chegar a R$ 180.
O novo universitário brasileiro chamou a atenção da opinião pública na esteira do caso de Geisy Arruda, aluna de Turismo que virou celebridade após ter sido hostilizada, em 22 de outubro, pelos colegas do campus da Uniban em São Bernardo, ABC, por conta de seu vestido curto. O episódio provocou debates sobre os prós e contras da popularização do ensino superior. Para saber quem são esses estudantes, o Estadão.edu fez uma enquete em quatro universidades (Uniban, Estácio UniRadial, Uninove e Unip) e conversou com especialistas em pesquisa com universitários.
A consultoria Hoper, por exemplo, traçou um panorama do setor privado este ano tendo como base 378 instituições do País. Concluiu que, em 2012, os alunos das classes C e D serão a maioria nas universidades pagas, desbancando as classes A e B. Entre 2004 e 2008, a participação da classe C cresceu 53% e a da D, 95,3%. “Em 1996, com a entrada em vigor da Lei de Diretrizes e Bases, ficou menos burocrático criar curso universitário. E as classes C e D começaram a se inserir”, afirma Ryon Braga, presidente da Hoper.
Por trás dessas estatísticas estão universitários como Israel da Luz Barbosa Gomes, de 20 anos, um dos 419 mil bolsistas do ProUni. Israel cursa o 5º semestre de Engenharia Elétrica na Estácio UniRadial, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Caçula de cinco filhos, tem pais semianalfabetos. A mãe veio para a capital paulista do Paraná, para trabalhar como empregada doméstica quando tinha 15 anos. O pai, mineiro, sofre de hanseníase, e teve as pernas amputadas por causa do diabetes. Ex-operário, vive de bicos.“Foi por falta de oportunidade que meus irmãos não estudaram”, diz Israel, que sempre fez escola pública e trabalha como estagiário num banco. “Posso sair da UniRadial e não trabalhar com engenharia. Mas estarei feliz de ter cursado a universidade.”
“Enquanto o retorno esperado do universitário das classes A e B é ‘ter mais do que os meus pais me deram’, o da classe C é ‘ter o que os meus pais não tiveram”, afirma Paulo Seixas, da agência de pesquisa e marketing Namosca, que acabou de concluir estudo comparativo entre estudantes das classes A, B e C.
Como em geral vem de escolas públicas, essa turma de universitários pioneiros se impressiona com a infraestrutura. Em especial nas faculdades pagas, que investem em quadras e grandes espaços de convivência. “A infra nessas escolas do tipo ‘Uni’ é muito boa, chama a atenção”, diz Caio Romano, da agência de publicidade Mundo Universitário. Quando fala em “Unis”, Romano se refere a universidades que apostaram nesse público das classes C e D, como Estácio, Unip,Uniban e Uninove. “Em geral, elas conhecem bem seu público.”
Com 200 mil estudantes matriculados em todo o País, a Estácio de Sá, controladora da UniRadial, faz pesquisas anuais com seus alunos. Na última, constatou que 70% deles ingressam na universidade quatro anos depois de formados no ensino médio.
“Virei exemplo. As pessoas da minha família dizem: ‘Se você conseguiu, também vou fazer’”, diz Vanessa Castilho, de 30 anos. Filha de um pedreiro, ela abandonou dois cursos depois de passar no vestibular – “não tinha condições de fazer” – até conseguir bolsa para estudar Medicina na Uninove da Liberdade, centro. Vanessa está no 2º ano, mas diz que não se sente igual aos outros alunos do curso, cuja mensalidade supera R$ 3 mil. Preconceito? “Se falar que tenho um ‘melhor amigo’ na sala estarei mentindo. Apesar disso, sempre me respeitaram.”
Os anos de espera servem para juntar dinheiro ou estudar para o vestibular. Caloura do Jornalismo da PUC-SP, Álvara Bianca Teixeira, de 23, tentou por 5 anos o concorrido curso da USP. Estudava sozinha, sem cursinho. “Meu foco era total na USP.” Insistiu até descobrir que a PUC aceitava o ProUni. “Estar na faculdade é a melhor coisa que já fiz.”
Segundo o economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas, nem a crise do ano passado afetou a participação dos alunos da classe C e D na universidade. “Em 1992 só 4,5% da população podia dizer que frequentou ou frequenta curso superior. Em 2008, o percentual é de 10,5%.”
Agora, o desafio da classe C é ir além da graduação. José Messias Santos, de 21, faz Jornalismo na Universidade do Estado do Rio (Uerj), graças às cotas raciais. “Se não fossem elas eu não passaria.” Ele conclui a graduação em dezembro e vai começar o mestrado. “Faço iniciação científica e isso despertou o interesse pela área acadêmica.”
Messias também se orgulha de não ser mais a única pessoa da família a chegar ao ensino superior. O irmão caçula entrou num curso de Informática – desta vez, sem precisar das cotas.
COLABORARAM TAI NALON E DIANA DANTAS, ESPECIAL PARA O ESTADO