sábado, 31 de outubro de 2009

Sapatos high-tech

A tecnologia está ao serviço do Homem para tornar a sua vida mais simples e mais confortável. No entanto estamos apenas habituados a que ela seja aplicada a máquinas e outros engenhos mais ou menos utilitários. Mas ela está por todo o lado, até mesmo nos sapatos que calçamos. Engenheiros e designers trabalham em conjunto para conceber calçado tecnologicamente sofisticado e não nos referimos apenas à ergonomia e outras coisas do gênero. As propostas que apresentamos aqui são definitivamente high-tech. É o caso dos chinelos BrightFeet, que possuem LEDs incorporados com autonomia para 25 minutos. Basta calçá-los para que se acendam. Com estes chinelos as nossas incursões noturnas ao WC, ao quarto das crianças, ou mesmo à geladeira passarão a ser muito mais simples e não incomodarão mais ninguém. À venda aqui.
Os chinelos surgiram para não sujar o chão. Mas estes chinelos acima, de microfibras, fazem melhor: limpam sem riscar. Podem ser encomendados aqui em várias cores.
Mas o novo paradigma da limpeza vem do fabricante de eletrodomésticos Eletrolux, com o espantoso conceito "sapato-aspirador". A característica sola de grande espessura que lhe confere um ar futurista esconde na verdade um pequeno motor elétrico e um reservatório para o pó. Os projetistas ainda não revelaram mais pormenores sobre o seu funcionamento, uma vez que se encontram numa fase de desenvolvimento precoce.
A VectraSense Technologies propõe-nos nada mais nada menos do que um sapato computadorizado.
O sapato possui diversas almofadas de ar controladas por um microprocessador que detecta a atividade do utilizador e ajusta a pressão para os níveis mais adequados. Este processador pode ser ligado via wireless a qualquer computador para personalizar os vários padrões de conforto desejados. Para ativar a conexão ao computador basta fazer pressão com a biqueira do sapato no chão durante cinco segundos. A tecnologia utilizada e o fato de serem feitos à mão fizeram com que um par deste sapato custasse a "módica" quantia de 699,99 dólares.
Mas haverá tecnologia mais sofisticada do que a tecnologia espacial? Esta ideia levou a que o designer inglês Rupert Sanderson criasse uma bota de senhora inspirada em Star Wars.
Alguém com problemas nos pés poderá adquirir estes chinelos com massageador. Com vários programas e intensidade variável, são garantia de descontração e alívio de dores. Podem ser encontrados aqui. Não recomendados a quem tem cócegas.
E, por último, um verdadeiro símbolo de tecnologia. Estes sapatos de tacão alto, concebidos por Tim Cooper, em cabedal branco e fibra de carbono, são baseados no famoso Lamborghini Gallardo. Ultra-finos, ultra-ligeiros e, sobretudo, ultra-elegantes.
Fonte: por bjr, no link http://blog.uncovering.org/archives/2009/10/sapatos_high-tech.html

Grande parte da obra de Hélio Oiticica vai se salvar

A família do artista plástico Hélio Oiticica deu uma boa notícia ontem, sexta-feira, dia 30/10/2009.
Técnicos do Ministério da Cultura descobriram que 70% das obras não foram atingidas pelo incêndio da semana retrasada, ou poderão ser restauradas. São 2 mil pinturas, esculturas, fotografias e documentos.
O Ministério da Cultura e a família do artista até planejam uma exposição no ano que vem com as obras recuperadas. Hélio Oiticica morreu em 1980.

Cozinha ultra compacta

Helena queria viver perto do mar, num pequeno apartamento comprado com ajuda dos seus pais. Queria um lugar confortável, luminoso e aconchegante. Quando começou a idealizá-lo, as suas prioridades centraram-se num quarto espaçoso, um banheiro amplo e o restante espaço para uma área de convívio onde iria partilhar alguns momentos com os seus amigos.
O seu estilo de vida deixou bem claro que haveria muito pouco espaço para uma cozinha e, na concretização da ideia, esse espaço surge escondido atrás de belas e amplas portas cor de laranja. Assim, o enquadramento na atmosfera da casa surge com harmonia e um toque moderno. A proposta é arrojada, mas elegante.
Descrição do projeto com detalhes (lugar do fogão, da geladeira, etc) no link abaixo:
http://www.logoscoop.com/en/helena.htm
Fonte: http://blog.uncovering.org/archives/2009/10/cozinha_ultra_compacta.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Flores em vidros

Fonte:
http://andreaarteira.blogspot.com/

Espelho angulado

Ele é uma versão "espelhada" do porta-retratos que postei abaixo e é tão legal quanto! Estes espelhos têm uma característica única: um ângulo de 90° que permite seu uso em várias ocasiões. Em pé, pode virar espelho com aparador para chaves, moedas, óculos, etc. De lado, pode ser encaixado em uma quina de parede, criando um efeito diferente e facilitando na hora das mulheres conferirem a maquiagem ou dos homens fazerem a barba. Cada um custa 60 dólares, aqui.
Fonte: http://www.bemlegaus.com/

Esquina da foto

Bem legal esta idéia de porta-retrato de parede. Trata-se de uma versão daqueles modelos que se vê em lojas de fotografia e decoração, com a diferença de que poder ser pendurado em qualquer quina. Feito em madeira, tem cerca de 60 cm de altura e comporta de 7 a 12 fotos. O mais bacana é colocar fotos inteiras no centro para que literalmente, dobrem a esquina. Custa 119 dólares, aqui.
Fonte: http://www.bemlegaus.com/

Esforço Zumbírico

Foto: Fernando Vivas | AG. A TARDE

por: Cleidiana Ramos

Em meio aos problemas espinhosos do debate pré-eleitoral e os próprios de quem foi pedra e agora é vidraça, afinal passou anos fazendo oposição, eis que descubro que o governador Jaques Wagner consegue conservar o bom humor e, além disso, o está adequando à realidade histórico-cultural baiana.

O meu colega repórter, Nelson Barros Neto, me contou uma história ótima. Num encontro de governo esta semana, Wagner elogiou o trabalho do secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli e disse:

- Ele está fazendo um trabalho hercúleo.

Pensou um pouco e, imediatamente, se corrigiu.

- Hércules não. Acabo de chegar de um encontro com o pessoal do movimento negro para discutir os preparativos para o 20 de novembro.Então, Zumbi é melhor. É um esforço “zumbírico”.

Taí uma nova expressão para o vocabulário.

Fonte: Mundo Afro

Escada de plantas

Ideal para quem não tem muito espaço, mas adora plantas, esta espécie de escadinha cheia de nichos para vasos é simplesmente perfeita. Uma torre de 2 metros de altura que pode ser encostada em qualquer canto de quintal ou área livre.

Feita em plástico, é uma criação do alemão Jan Ott.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

No Dia Nacional do Livro, 29 de outubro, saiba quais obras os escritores brasileiros recomendam
da Folha Online

Comemorado desde 1966, o Dia Nacional do Livro foi escolhido por ser o aniversário da criação da Biblioteca Nacional, que hoje possui cerca de 9 milhões de itens e é considerada pela Unesco a oitava maior do mundo, além de ser a maior da América Latina.

Após a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, dom João 6º ordenou que a Real Biblioteca portuguesa fosse transferida para a então colônia, o que ocorreu no dia 29 de outubro de 1810 --há quase dois séculos. À época, o acervo contava com 60 mil peças --entre livros, manuscritos, mapas, moedas e medalhas. Após a Independência, em 1822, algumas dessas obras retornaram a Portugal e outras foram compradas pelo Brasil, criando a Fundação Biblioteca Nacional, chamada assim desde 1990. Em 1812, foi publicado o primeiro livro em terras brasileiras: "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga.

Comemore o Dia Nacional do livro lendo ou presenteando alguém com os títulos indicados por grandes escritores brasileiros ou se prefeir, confira no site da Livraria da Folha todos os títulos disponíveis.

MOACYR SCLIAR
Carlos Stein/Viva Foto/Folha Imagem
O gaúcho Moacyr Scliar, autor de mais de 70 obras, recomenda a leitura de "Grande Sertão: Veredas". O livro foi eleito um dos 100 mais importantes de todos os tempos pelo Círculo do Livro da Noruega e ainda conquistou o Prêmio Jabuti de Produção Gráfica (menção honrosa) em 2002. No volume, a estilização das peculiaridades das falas sertanejas, sempre recorrente na obra de Guimarães Rosa, atinge seu auge neste que é considerado o seu mais importante romance. O autor reinventa a língua e eleva o sertão ao contexto da literatura universal, compondo o cenário de uma narrativa lírica e épica, uma lição de luta e valorização do homem.
MARCELO RUBENS PAIVA

Ganhador do Prêmio Jabuti por "Feliz Ano Velho", Marcelo Rubens Paiva indica aos leitores da Livraria da Folha "O Vampiro de Curitiba", livro clássico de Dalton Trevisan que conta a história de um vampiro em pele de cafajeste que persegue virgens e prostitutas em fim de carreira em uma Curitiba degradada. Tendo dedicado toda a carreira ao conto, Trevisan é considerado o maior mestre brasileiro no gênero.

THALITA REBOUÇAS

Atual sensação da literatura jovem, Thalita Rebouças elegeu o comentado "Ensaio sobre a Cegueira", que originou o filme de mesmo nome dirigido por Fernando Meirelles.

A partir de uma fantasia aterradora, José Saramago, vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1998, faz um exame vívido dos piores apetites e fraquezas do homem neste romance.

Tudo começa quando uma terrível "treva branca" deixa cegos, um a um, todos os habitantes de uma cidade. As autoridades conduzem as pessoas que ficaram cegas a um hospício desativado, mas lá as pessoas se tornam alvos de criminosos.

FERNANDO BONASSI

Escritor e dramaturgo, o paulista Fernando Bonassi sugere a obra "Angústia", de Graciliano Ramos.

O livro não se distingue somente por evidenciar, a cada parágrafo, a capacidade de observação do autor, mas o romance também nos chama a atenção pelas qualidades literárias que fizeram dele uma obra única no incomum momento de sua publicação: o escritor estava preso, sem ter sido ouvido uma única vez, acusado de ser um militante comunista. "Ri e chorei com ele", confessa Bonassi.

ZUENIR VENTURA
Zuenir Ventura, autor de "1968: O Ano que Não Terminou", propõe a leitura de "O Encontro Marcado", do consagrado Fernando Sabino.
José Ventura/Divulgação

O livro conta a trajetória de Eduardo Marciano, um jovem em desesperada procura de si mesmo e da verdadeira razão de sua vida. História de adolescência e juventude, de prazeres fugidios, desespero, cinismo, desencanto, melancolia e tédio, que se acumulam no espírito do jovem, amadurecendo em um mundo desorientado.

Ele vê seu matrimônio quebrar-se quando já não pode abdicar. Por sua própria experiência, o suicídio deixa de ser uma solução. Nessa paisagem atormentada, ele deve renunciar a si mesmo, para comparecer ao encontro com uma antiga verdade.

ILAN BRENMAN

O escritor Ilan Brenman indica, para crianças e adultos, a leitura de "Onda", um livro sem palavras, recheado de belas imagens feitas a carvão.

"Uma narrativa sensível e poética. A relação do mar com uma menina ganhou uma dos mais belos livros de imagens já publicado", avalia. A autora, Suzy Lee, ilustrou em azul, preto e branco o ruído das águas, o bater de asas das gaivotas, o vento que balança o vestido da criança e a conversa silenciosa que se estabelece ao longo da narrativa.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

28 de Outubro, Dia Internacional da Animação

Exibições em 400 cidades brasileiras marcam Dia Internacional da Animação
Mais de 400 cidades em todos os estados exibirão filmes de curta metragem nacionais e internacionais por ocasião da sexta edição, no Brasil, do Dia Internacional da Animação que este ano terá recorde de participantes.
Promovido pela Associação Internacional do Filme de Animação (Asifa) em 30 países, o evento no Brasil tem patrocínio da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura, do Fundo Nacional de Cultura e da Petrobras. A mostra oficial será aberta hoje (28) em todas as localidades participantes. Ao longo da semana de programação, serão realizadas oficinas, debates e mostras infantis.
Segundo informações da Petrobras, a mostra recebeu este ano 126 inscrições de curtas-metragens em animação de vários estados. Desses, foram selecionados nove para o programa oficial brasileiro, que será exibido em todas as cidades participantes e nos países membros da Asifa, entre eles os Estados Unidos, a França, Austrália, África do Sul e China.
Na primeira edição, em 2004, o Dia Internacional da Animação foi comemorado apenas em São Paulo. No segundo ano, atingiu cinco das principais capitais brasileiras até chegar, em 2008, a abranger todos os 26 estados e o Distrito Federal, envolvendo 150 cidades.
Na mostra oficial, serão apresentados curtas estrangeiros, a partir das 19h30 desta quarta-feira, como Animal Instinct (Austrália) e Eye to Eye (Estados Unidos). Logo após, serão exibidos os curtas nacionais, como Dossiê Rê Bordosa, de César Cabral.
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4066751-EI306,00-Exibicoes+em+cidades+brasileiras+marcam+Dia+Internacional+da+Animacao.html

CONVITE: Conferência Setorial de Cultura Afro-brasileira

A Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon, convida a todas e todos a participarem da Conferência Setorial de Cultura Afro-brasileira, a ser realizada no dia 6 de novembro, das 8h às 19h, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris).
Maiores informações: (71) 3116-6646

Concurso fotográfico Nikon Small World 2009

O Small World é um concurso internacional de microfotografia promovido desde 1977 pela empresa de equipamentos fotográficos Nikon. Com uma reputação firmada ao longo de mais de 30 edições, o concurso representa neste momento um dos eventos mais importantes para exibição de trabalhos fotográficos no microscópio. Pretende-se premiar todos aqueles que, com as suas fotos do mundo infinitamente pequeno, contribuem para o desenvolvimento das Ciências, e em especial na área da Biologia.

Os premiados da edição deste ano foram já revelados. O primeiro premio foi para a fotografia que vemos acima, obtida pelo Dr. Heiti Paves, da Universidade de Tecnologia de Tallin, na Estônia, representando uma antera de Arabidopsis thaliana, uma planta que teve a particularidade de ser a primeira a ver o seu genoma sequenciado. O espécime da antera foi previamente tratado com substâncias fluorescentes e colocado num microscópio confocal, geralmente utilizado para este tipo de microfotografias.

O júri deste ano, constituído pelo Dr. Gary G. Borisy, diretor do Marine Biological Laboratory, pelo fotógrafo Charles Krebs, pelo editor de ciência da National Geographic Jamie Shreeve e pelo jornalista Clive Thompson, analisou mais de 2000 fotografias e decidiu considerar esta a melhor. Os critérios foram a originalidade, o conteúdo informativo, a qualidade técnica e o impacto visual. A decisão não deve ter sido fácil.

Para além da fotografia vencedora, fiquemos com uma pequena amostra dos trabalhos distinguidos. A nossa escolha também foi difícil.

Dominik Paquet (Alemanha) - Peixe-zebra
Pascal Ballester (Alemanha) - Salicornia
Norm Barker (EUA) - Osso de Dinossauro do período Jurássico
Lawrence Bowler (Inglaterra) - Pele de Linguado
Doug Craft - (EUA) - Vidro derretido por ácido benzóico
Karl E. Deckart - (Alemanha) - Película de bola de sabão
Eric Huang (China) - Células neuronais
Gregory Richter (EUA) - Ureia e açúcar manitol
Fabrice Parais (França) - Larva aquática de Simulídeo
Veja muito mais no link: http://www.nikonsmallworld.com/gallery/year/2009/1

terça-feira, 27 de outubro de 2009

ABC Afro-Brasileiro

Um livro que pode ser bem interessante para professores que aplicam a Lei 10.639/03: ABC Afro-Brasileiro. De autoria da baiana Carolina Cunha, o livro está sendo publicado pelas Edições SM.

Com base em informações sobre a influência dos povos africanos na formação da identidade brasileira, a obra traz ilustrações feitas pela própria autora, com técnicas como uso de lápis, guache e aquarela. O livro é recomendado para crianças a partir de oito anos.

Ela já tem outros livros publicados como Aguemon- Um mito yorubá da criação do mundo, Caminhos de Exu, dentre outros. O livro tem 48 páginas e o preço sugerido pela editora é R$ 30.

Fonte: Mundo Afro

Case protetor para notebook ganha a brasilidade da chita

Depois de criar a almofada-bandeja para notebook, o engenheiro alemão Martin, atualmente morando no Brasil, em João Pessoa/PB, nos apresenta agora o case protetor para Notebook – essencial para aqueles que vivem plugados.

Com costura reforçada, o acessório tem o corpo recheado com uma manta de espuma para proteção, evitando arranhões e pequenos impactos. O fechamento com velcro é prático e seguro porque não risca o equipamento.

Além da praticidade, a chita imprime brasilidade. O acessório pode ser utilizado também como pasta para cadernos e pode ser levado dentro da maleta, mochila ou mala de viagem.

O Case protetor custa R$ 75,00 + frete. Para saber o custo do frete envie o CEP de destino do case para babeldasartes@gmail.com

Hoje é o Dia Mundial de Oração pela Paz
A famosa Oração da Paz, que é de autoria desconhecida, embora seja atribuída a Francisco de Assis, é uma prece universal, ecumênica, inter-religiosa, que expressa de forma sublime todo o anseio da humanidade por Paz.
Eis aqui uma singela homenagem, em forma de vídeo e música, ao Dia Mundial de Oração pela Paz, que é comemorado todos os anos em 27 de outubro.
Que, neste dia, possamos todos nós pedir pela paz no mundo em nossas orações, independentemente da religião que sigamos.
E que possamos, todos nós, praticar a paz!
Divulgação: www.culturadapaz.com

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Saneamento privado não chega a favelas

Privatização provocou uma queda nos investimentos em água e esgoto nas áreas urbanas mais pobres do mundo, diz artigo
da PrimaPagina

A privatização de serviços de água e saneamento não melhorou as condições em favelas urbanas, afirma um artigo divulgado pelo IPC-IG (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro. O texto diz que, especialmente nos países pobres da África, a concessão para a iniciativa privada derrubou os investimentos diretos no setor.

Intitulado "Acesso à Água nas Favelas do Mundo em Desenvolvimento", o artigo foi publicado na revista Poverty in Focus, do IPC-IG. De acordo com os autores, os economistas Hulya Dagdeviren e Simon Robertson, da Universidade de Hertfordshire (Reino Unido), “em regiões onde os serviços públicos foram privatizados, houve problemas relacionados a adequação do orçamento e regulamentação dos serviços”.

Com a privatização, o setor público se retirou do setor, mas as favelas ficaram desassistidas. “A mudança para serviços privatizados ou comercializados significou queda nos investimentos públicos em água, mas a lacuna não foi coberta pelo setor privado”, escrevem os autores, que, no entanto, não apresentam números sobre o impacto da privatização em favelas.

Os assentamentos informais sofrem mais intensamente a falta de água e esgoto em razão, dentre outras coisas, das condições geográficas, que dificultam a instalação de encanamentos. A localização em morros, várzeas ou áreas desérticas, a urbanização desordenada, as construções precárias exigem que o poder público interfira. As incertezas sobre posse da terra também dificultam a instalação de benfeitorias. “Planejamento urbano e problemas de posse do espaço exigem uma intervenção multifacetada dentro do escopo dos governos”, defendem os economistas. “A privatização não é uma opção em áreas pobres e de baixa renda onde os serviços não são lucrativos”, afirmam.

Para o setor público, porém, há grande benefício em melhorar as condições das favelas, pois o acesso a água potável diminui a incidência de doenças e de mortalidade, com aumento na produtividade das pessoas e queda dos gastos com saúde. A cada dólar investido no setor, economiza-se entre US$ 3,9 (África Subsaariana e sul da Ásia) a US$ 17,2 (América Latina).

No entanto, a maioria dos países em que grande parte da população vive em favelas não deve conseguir atingir a meta de saneamento dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio).

O sétimo dos oito ODM prevê a redução pela metade da população sem acesso a água potável e saneamento entre 1990 e 2015. Mas em Moçambique, em que 94% da população urbana vive em favelas, a porcentagem de pessoas sem acesso a água encanada aumentou de 67% para 82% entre 1990 e 2004. Em Uganda, onde 93% moram em favelas, a população sem água encanada também cresceu no período: de 73% para 96%.

No Brasil, o serviço de água e esgoto é privatizado em alguns municípios, principalmente na região Sudeste. O país, porém, conseguiu implantar, com sucesso, regras para obrigar investimentos do setor privado, diz estudo publicado na mesma edição da revista Poverty in Focus. O economista André Rossi de Oliveira aponta que o serviço privado conseguiu melhorar o acesso a água em mais de 26% entre 1995 e 2003. “Há evidências de que uma maior presença de empreendimentos privados no setor de água brasileiro pode ser benéfica (...) porque pode melhorar o acesso dos pobres quando isso for uma obrigação contratual”, afirma.

domingo, 25 de outubro de 2009

A arte de ser avó

Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É, como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo...
Cinquenta anos, cinquenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações — todos dizem isto embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto — mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores nem de paixões: a doçura da meia-idade não lhe exige essas eferverscência. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meus Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações, você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aquelas crianças que você recorda.
E então um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis — aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário causaria escândalo e decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho certeza que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. Aliás, desconfio muito de que os netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos.
No entanto — no entanto! — nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, a rival: a mãe. Não importa que ela seja sua filha. Não deixa por isso de ser mãe do seu neto. Não importa que ela ensine o menino a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha", e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais.
Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante dos triângulos conjugais.
A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.
Já a avô, não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulitos. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso nos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia.
Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café — café! — mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser e até fingir que está discando o telefone.
Riscar a parece com o lápis dizendo que foi sem querer — e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar, ir para os braços da avó e de lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna.
Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém esses prazeres não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso. Meu Deus, o olhar das outras avós, com os seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto.
E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.
E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe o castiga, e ele olha para você, sabendo que, se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade e apoio... Além é claro das compensações....
Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho — involuntariamente! — bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois, o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó?
Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague.
Texto de Raquel de Queiroz

Pesquisa da Fundação SM mostra como o professor vê sua própria formação

A Fundação SM e a Organização dos Estados Ibero-Americanos apresentam hoje (22 de outubro) o resultado da pesquisa de opinião A formação e a iniciação profissional do professor e as implicações sobre a qualidade de ensino, levantamento inédito com professores de todas as regiões brasileiras para saber o que pensam a respeito dos primeiros anos de carreira. O anúncio acontece durante o Seminário de Educação para a Cidadania, que está sendo realizado na sede da Fecomércio, em São Paulo, reunindo especialistas nacionais e internacionais para discutir as perspectivas de formação docente no Brasil.

Para a consulta de opinião, foram distribuídos 15 mil questionários para professores de Educação Básica em pleno exercício da profissão, durante o primeiro semestre de 2009. Foram consideradas respostas de 3.512 professores de todo o Brasil, que foram analisadas pela socióloga Gisela Wajskop, mestre e doutora em Educação e dirigente do Instituto Superior de Educação de São Paulo/Singularidades. “A amostra foi definida aleatoriamente e não responde a critérios estatísticos”, explica a pesquisadora. “Mas os resultados trazem à tona questões relevantes sobre a formação inicial e continuada dos professores ingressantes, que podem indicar caminhos para o debate". Quase que a totalidade das respostas é de professores de escolas públicas (96,3%).

Formação inicial – De acordo com mais da metade dos entrevistados, a qualidade do sistema educacional brasileiro está diretamente relacionada à formação inicial do docente. Entretanto, menos de 20% dos docentes creem que o currículo da formação inicial contemple todas as competências necessárias para o exercício da profissão e quase a metade dos professores considera que não há equilíbrio entre teoria e prática nos currículos de Pedagogia e das licenciaturas.

Buscou-se analisar quais são os aspectos mais importantes para que um curso formador de professores tenha qualidade. São elas: capacitação para planejamento de aulas, abordagem de temas atuais relativos à infância e juventude e apresentação de estratégias para a avaliação da aprendizagem. Os estágios supervisionados são considerados menos importantes.

Em relação às competências profissionais, cerca de 65% dos entrevistados consideram que os professores ingressantes trazem ideias novas às escolas. “Reproduzindo uma ideia bastante corrente no senso comum, são os mais jovens e ingressantes aqueles mais animados, esforçados e que trazem ‘arejamento’ ao ambiente escolar”, comenta Gisela.

Dentre os entrevistados, 20% avaliam que os novos docentes desconhecem o sistema educativo e seus problemas. Os educadores observam que os docentes em início de carreira conseguem manter boas relações com todos os membros da comunidade educativa, principalmente com os companheiros de profissão. Cerca de 60% opinam que o tratamento dado a professores novos e antigos é o mesmo; somente 22% do professorado acreditam que a escola protege de certa forma o ingressante.

A porcentagem dos docentes que considera que os ingressantes não têm a mesma vocação que antigamente aumenta com os anos de experiência. De acordo com a pesquisadora que analisou os dados obtidos pela pesquisa, esse resultado surpreende, pois vai de encontro com outras pesquisas realizadas anteriormente, que destacam a capacidade de inovação, interesse e entusiasmo dos ingressantes.

Aprender com a experiência – Os dados gerais da pesquisa mostram que 50% dos professores veteranos não consideram que os novos docentes sejam de certa forma relutantes a aprender com aqueles que já têm mais experiência. No entanto, menos de 20% dos professores em início de carreira compartilham da mesma opinião. “Curiosamente, são os mais jovens na profissão, com menos de três anos de docência, que consideram que seu grupo é resistente a aprender com a experiência dos mais antigos”, comenta a Gisela Wajskop.

Para a pesquisadora, os dados indicam que os educadores recém-formados, entusiasmados com o que aprenderam na faculdade, acham que não precisam aprender com quem já trabalha. 53% dos entrevistados também acreditam que os professores novos devam começar com grupos mais novos, não com turmas antigas.

Também se constatou que 65% dos entrevistados se sentiram amparados pelos colegas de trabalho quando começaram a atuar nas instituições de ensino. A porcentagem é ainda maior se considerarmos somente os professores de escolas públicas. A pesquisa mostra que os professores que estão começando na carreira profissional chegam às escolas com uma série de dúvidas e inseguranças, que, além de ter seus fundamentos na educação específica, advém da educação básica e vivência anterior da pessoa.

Qualidade dos professores – A pesquisa retrata que 72,6% ainda não perderam o entusiasmo que tinham quando começaram a trabalhar, e que 70% recordam com orgulho seus primeiros anos de docência. 83,4% dos professores afirmam que não se entendiam com a direção da escola no começo da carreira, mas acreditam que não lhes eram deixadas as piores classes. Desta opinião compartilham somente 30% dos entrevistados. Mais da metade lembra-se de ter achado, no início da carreira, que a formação recebida na faculdade não lhe servia de nada, mas apenas uma pequena parcela (23,7%) pensou em abandonar a docência. Mais de 90% dos docentes se considera melhor professor atualmente do que antes.

Os fatores que mais de 95% dos professores consideram importantes ou muito importantes para formar um professor com qualidade são, por ordem: o trabalho em equipe (97%), a formação continuada (96,3%), a formação inicial (95,8%), ter oportunidades para seu desenvolvimento cultural (95,5%), os programas de incentivo e desenvolvimento do hábito de leitura (95,4%) e as condições de trabalho (95,3%). Os considerados menos importantes são os relacionados à supervisão, seja no período de estágio ou no início da carreira.

“Saltam aos olhos as opiniões altamente contraditórias quanto aos estágios e práticas supervisionadas, tanto na formação inicial quanto no exercício da docência”, chama atenção Gisela Wajskop. De um lado, 86,5% dos professores acreditam que as etapas supervisionadas são importantes, mas também são altas as respostas que não valorizam essa prática. “Essa contradição revela que há uma idealização de uma prática provavelmente não experimentada por causa da formação generalista e tecnicista dos cursos de Pedagogia”, explica a pesquisadora. Outras pesquisas sugerem que os estágios se reduzem à observação e não se constituem em práticas efetivas.

Recomendações – Diante dos dados obtidos, a pesquisa aponta algumas recomendações em termos de políticas públicas como a exigência de estágios supervisionados desde o início do curso, a serem realizados em todos os níveis de ensino e que propiciem uma prática pré-docente que vá além da observação. No que se refere às instituições de ensino superior, a pesquisadora sugere a aplicação constante de instrumentos de avaliação (como Enade, Sinaes etc.) e medidas regulatórias a partir da constatação de desempenhos inadequados. Gisela Wajskop sugere, ainda, a criação de um exame nacional de proficiência profissional do professor.

Para conhecer a pesquisa na íntegra:

http://www.pluricom.com.br/clientes/grupo-sm/noticias/2009/10/AF_pesquisa_baixa.pdf