quinta-feira, 29 de outubro de 2009

No Dia Nacional do Livro, 29 de outubro, saiba quais obras os escritores brasileiros recomendam
da Folha Online

Comemorado desde 1966, o Dia Nacional do Livro foi escolhido por ser o aniversário da criação da Biblioteca Nacional, que hoje possui cerca de 9 milhões de itens e é considerada pela Unesco a oitava maior do mundo, além de ser a maior da América Latina.

Após a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, dom João 6º ordenou que a Real Biblioteca portuguesa fosse transferida para a então colônia, o que ocorreu no dia 29 de outubro de 1810 --há quase dois séculos. À época, o acervo contava com 60 mil peças --entre livros, manuscritos, mapas, moedas e medalhas. Após a Independência, em 1822, algumas dessas obras retornaram a Portugal e outras foram compradas pelo Brasil, criando a Fundação Biblioteca Nacional, chamada assim desde 1990. Em 1812, foi publicado o primeiro livro em terras brasileiras: "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga.

Comemore o Dia Nacional do livro lendo ou presenteando alguém com os títulos indicados por grandes escritores brasileiros ou se prefeir, confira no site da Livraria da Folha todos os títulos disponíveis.

MOACYR SCLIAR
Carlos Stein/Viva Foto/Folha Imagem
O gaúcho Moacyr Scliar, autor de mais de 70 obras, recomenda a leitura de "Grande Sertão: Veredas". O livro foi eleito um dos 100 mais importantes de todos os tempos pelo Círculo do Livro da Noruega e ainda conquistou o Prêmio Jabuti de Produção Gráfica (menção honrosa) em 2002. No volume, a estilização das peculiaridades das falas sertanejas, sempre recorrente na obra de Guimarães Rosa, atinge seu auge neste que é considerado o seu mais importante romance. O autor reinventa a língua e eleva o sertão ao contexto da literatura universal, compondo o cenário de uma narrativa lírica e épica, uma lição de luta e valorização do homem.
MARCELO RUBENS PAIVA

Ganhador do Prêmio Jabuti por "Feliz Ano Velho", Marcelo Rubens Paiva indica aos leitores da Livraria da Folha "O Vampiro de Curitiba", livro clássico de Dalton Trevisan que conta a história de um vampiro em pele de cafajeste que persegue virgens e prostitutas em fim de carreira em uma Curitiba degradada. Tendo dedicado toda a carreira ao conto, Trevisan é considerado o maior mestre brasileiro no gênero.

THALITA REBOUÇAS

Atual sensação da literatura jovem, Thalita Rebouças elegeu o comentado "Ensaio sobre a Cegueira", que originou o filme de mesmo nome dirigido por Fernando Meirelles.

A partir de uma fantasia aterradora, José Saramago, vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1998, faz um exame vívido dos piores apetites e fraquezas do homem neste romance.

Tudo começa quando uma terrível "treva branca" deixa cegos, um a um, todos os habitantes de uma cidade. As autoridades conduzem as pessoas que ficaram cegas a um hospício desativado, mas lá as pessoas se tornam alvos de criminosos.

FERNANDO BONASSI

Escritor e dramaturgo, o paulista Fernando Bonassi sugere a obra "Angústia", de Graciliano Ramos.

O livro não se distingue somente por evidenciar, a cada parágrafo, a capacidade de observação do autor, mas o romance também nos chama a atenção pelas qualidades literárias que fizeram dele uma obra única no incomum momento de sua publicação: o escritor estava preso, sem ter sido ouvido uma única vez, acusado de ser um militante comunista. "Ri e chorei com ele", confessa Bonassi.

ZUENIR VENTURA
Zuenir Ventura, autor de "1968: O Ano que Não Terminou", propõe a leitura de "O Encontro Marcado", do consagrado Fernando Sabino.
José Ventura/Divulgação

O livro conta a trajetória de Eduardo Marciano, um jovem em desesperada procura de si mesmo e da verdadeira razão de sua vida. História de adolescência e juventude, de prazeres fugidios, desespero, cinismo, desencanto, melancolia e tédio, que se acumulam no espírito do jovem, amadurecendo em um mundo desorientado.

Ele vê seu matrimônio quebrar-se quando já não pode abdicar. Por sua própria experiência, o suicídio deixa de ser uma solução. Nessa paisagem atormentada, ele deve renunciar a si mesmo, para comparecer ao encontro com uma antiga verdade.

ILAN BRENMAN

O escritor Ilan Brenman indica, para crianças e adultos, a leitura de "Onda", um livro sem palavras, recheado de belas imagens feitas a carvão.

"Uma narrativa sensível e poética. A relação do mar com uma menina ganhou uma dos mais belos livros de imagens já publicado", avalia. A autora, Suzy Lee, ilustrou em azul, preto e branco o ruído das águas, o bater de asas das gaivotas, o vento que balança o vestido da criança e a conversa silenciosa que se estabelece ao longo da narrativa.

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