sexta-feira, 17 de junho de 2011

Festas Juninas pelo Mundo

A tradição dessa data nas diferentes culturas

Apesar de toda a brasilidade das festas juninas, as roupas caipiras e o quentão perfeitamente adequado ao inverno, saiba que a origem da comemoração não é daqui e data de um tempo bem mais distante. A nossa conhecida homenagem a São João é na verdade, uma festa pagã do solstício de verão. Somente na Idade Média a festa foi incorporada ao cristianismo e passou a ser associada ao santo. Até hoje as festas juninas são muito importantes na Europa.

Herdamos quase todas as tradições da nossa festa dos lusitanos, que posteriormente foram acrescidas de um toque de cultura nacional. Para os portugueses festa junina boa tem que ter arraiais com fogos de artifício, deliciosas sardinhas assadas, música pelas ruas convidando todos a saírem de suas casas e participarem da comemoração e claro...as batidas com martelinhos de plástico ou alho-poró nas cabeças das crianças e rapazes que querem se meter com as mocinhas solteiras. Aproveitando a animação de ter a cidade inteira reunida, a decoração, os comes e bebes, em Lisboa é muito comum a realização de casamentos múltiplos no dia de Santo Antônio. Geralmente 200 a 300 casais "econômicos" costumam se aproveitar da data todos os anos e afirmar os votos com a benção do santo. Além do Brasil, outras comunidades em países que serviram como colônias portuguesas como as de Macau, Índia, Malásia, e muitas outras na África e na Ásia, a tradição dos santos populares é bem forte e as festas muito bem comemoradas. Apesar dos santos mais populares que são celebrados na festa serem São João, Santo Antônio e São Pedro, uma infinidades de outros santos também é homenageado (dependendo do que se está desejando) e as festas são geralmente chamadas de Festas dos Santos Populares ao invés de Festas Juninas. Em algumas cidades as festas se assemelham até ao carnaval de Salvador com pessoas nas ruas pulando e festejando por vários dias seguidos. Quem já foi em junho para a cidade do Porto sabe do que estamos falando!

Com muitas características pagãs ainda, a Fête de Saint-Jean, também é comemorada no dia 24 de junho. O mais impressionante é a enorme chavande, fogueira para homenagear o santo. Ao invés de paçoca e canjica, na França queijo e vinho dominam... na verdade, qualquer festa. Uma experiência muito interessante para conhecer a quadrilha original, já que a dança quadrille veio de lá.

Se no Brasil a figura principal da festa junina é o matuto, o caipira com suas calças remendadas, buracos no lugar de dente, chapéu de palha e monocelha, na Noc ?wi?toja?ska (Noite de São João) polonesa a figura que domina são os piratas, as ulas e os lobos do mar! A festa que começa geralmente as 8 horas da manhã do dia 23 de junho costuma varar a noite e pessoas fantasiadas de tudo, não apenas de velhos lobos do mar, se espalham pelas ruas de Varsóvia e Cracóvia, onde a comemoração faz parte do calendário oficial das cidades. Se tivéssemos que fazer um flyer da festa seria algo como "loucuras de uma noite de verão", já que estão celebrando o solstício, o dia mais longo do ano, é comum celebrar a vida, a natureza, os instintos com inúmeras doses de vodka e mergulhos nos lagos públicos...a pirate life for me...

A maior de todas quando o assunto é duração, a Ivana Kupala (Sim, Ivan é João em russo) vai do dia 23 de junho ao dia 6 de julho e apesar de ser atualmente uma festa da Igreja Ortodoxa, suas características são pagãs por exelência: se celebra o fogo, a água, a fertilidade e deve se pensar em purificação (igualzinho a qualquer carnaval ou micareta por aqui certo?). Muitas mulheres jogam flores nos rios para ter sorte (e quem sabe uma noite boa). É de lá também que vem a tradição de pular a fogueira, coisa impossível de se fazer na França por exemplo.

Inesperadamente, a festa junina da Suécia, Midsommarafton, é uma das mais famosas do mundo e de longe, é a festa nacional mais importante, e pasmem mais comemorada do que o natal. Talvez a proximidade da casa do bom velhinho e das renas tenha deixado os suecos enjoados da festa de fim de ano. Seus costumes valem para os outros países da Escandinávia e com o mesmo caráter rural das nossas festas, as cidades grandes como Estocolmo ficam desertas já que quase todos vão para as suas casas no interior e vestem suas roupas típicas do dia 20 a 26 de julho. Comidas em grandes quantidades e da época como morangos e batatas dominam as mesas enormes nos centros das cidades. Flores decoram praças e casas. Umas das várias simpatias praticadas na época pelas mulheres é colocar buquês de 7 ou 9 flores diferentes para durante a noite, sonhar com seu futuro marido. Ao invés da fogueira, as pessoas se reúnem ao redor de um mastro, o majstången, para entoar cantos tradicionais.

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