
O carvão que move a locomotiva do consumo continua sendo a indústria audiovisual global, que se camufla onipresentemente por TVs, computadores, celulares, videogames portáteis e telas em lares, ônibus, metrô, praça pública, bares e restaurantes, pelas bibocas mais longínquas do planeta. Para a indústria do entretenimento tudo é descartável e vira lixo no momento seguinte, quando sai de cena. E quando sai de cena, deixa de existir no mundo maravilhoso da mídia. Mas não da nossa vida real.
O lixo toma conta e denuncia uma sociedade doente, como prenunciava Wall-E, ganhador de Oscar de melhor animação de 2009, enquanto os humanos, distraídos por telas portáteis em um cruzeiro de entretenimento intergalático, são salvos por um simpático robô que comprime e recicla os dejetos humanos, apaixonado por uma sonda em busca de qualquer sinal de natureza na Terra.
Tião é o novo anti-herói brasileiro, devorado pelos abutres da grande imprensa. Se ganhar o Oscar vai parar no Faustão, Gugu, Big Brother, estampará as páginas internas de Caras e a capa da Veja. E voltará ao lixão, como no excelente “A pessoa é para o que nasce”, de Roberto Berliner.
Nenhum comentário:
Postar um comentário