domingo, 31 de janeiro de 2010
Fevereiro: encerramento de inscrições em editais
GELO JÓIA
sábado, 30 de janeiro de 2010
Estudo ajuda plano para igualdade racial
Aprovado em junho de 2009, o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Planapir) começa a sair do papel, apostando em políticas de ação afirmativa para reduzir as diferenças raciais que foram sendo estabelecidas ao longo dos séculos e que afetaram principalmente as populações negra e indígena.
Apesar de já terem sido definidos os 12 eixos que guiarão as ações do programa (entre eles trabalho, saúde e educação), ainda falta determinar os indicadores que ajudarão a atestar se negros, índios, ciganos e outras minorias estão, finalmente, conseguindo abrir caminho e dispor das mesmas ferramentas para se afirmar como iguais na sociedade brasileira.
A tarefa de definir estes indicadores será feita por uma empresa selecionada por meio de uma parceria da Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) com o PNUD.
A firma será responsável por coordenar o trabalho das consultorias contratadas por seis agências da ONU - PNUD, Organização Internacional do Trabalho, Fundo de Populações das Nações Unidas, Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, Fundo das Nações Unidas para a Infância e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher).
Estas consultorias farão um levantamento, nas diferentes secretarias e ministérios, das iniciativas existentes para reduzir as desigualdades raciais e avaliarão se os indicadores utilizados pelos órgãos são os melhores em termos quantitativos e qualitativos. Caso não sejam, vão propor ajustes e possíveis caminhos para elaborar formas de mensurar os resultados que sejam mais adequadas.
Um exemplo prático: o Programa Brasil Quilombola visa assegurar a esta comunidade a propriedade de suas terras, o desenvolvimento econômico sustentável e a preservação do patrimônio cultural material e imaterial deste grupo.
A forma encontrada pela Seppir para medir o resultado foi usando o percentual para verificar três braços da iniciativa (atendimento às comunidades quilombola, evolução dos grupos certificados como remanescentes de quilombos e evolução de quilombolas com terras tituladas).
Se as consultorias decidirem que não é a melhor maneira de comprovar a eficácia das ações da Secretaria para este grupo, vão propor um indicador para substituí-lo que considerem mais adequado.
A partir do estudo, a empresa coordenadora vai elaborar uma proposta que será apresentada à Seppir, em um processo que deve terminar em fevereiro. A Secretaria, então, avaliará as sugestões e definirá a sistematização e a metodologia de monitoramento a serem utilizadas.
Em seguida, a Seppir buscará sensibilizar os ministérios e secretarias para que adotem os parâmetros definidos em seus programas de combate às desigualdades raciais. Conforme explica o secretário-adjunto da Secretaria, Eloi Ferreira de Araujo, o objetivo do órgão é promover o que ele chama de "transversalidade", ou seja, o diálogo entre as instâncias governamentais.
Isso porque apesar de algumas ações implementadas, como programas dirigidos à saúde da população negra e a concessão de bolsas de iniciação científica para alunos que entraram nas universidades públicas por meio de reserva de vagas, a função da Seppir é, principalmente, monitorar as iniciativas para verificar se estão dando frutos concretos.
"A Seppir é um órgão articulador e monitora as políticas públicas de igualdade", explica o secretário-adjunto. A atuação do órgão, então, é a seguinte: cada Secretaria e Ministério elabora seus próprios projetos de fomento à inclusão destas populações e à igualdade racial.
Uma vez por mês, a Seppir e estas instâncias se reúnem para analisar os trabalhos e decidir quais políticas intensificar e quais reforçar.
Iya Casa de Cultura e Arte Negra
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
O agente duplo
A sustentabilidade dos artistas no mundo atual é a preocupação central deste blog. Buscamos estabelecer relação direta deste cada vez mais complexo e difícil desafio frente às políticas públicas de cultura e as dinâmicas de mercado. O canto da sereia, muitas vezes o caminho da sobrevivência, outros da corrupção de valores e sentidos. Mas pode se tornar o motor potente, em busca de autonomia para navegar nas incertezas e na volatilidade das políticas públicas, orientadas cada qual à visão de mundo e de cultura dos detentores do poder.
Fui à II Reunião Pública Mundial de Cultura, promovido pela prefeitura de São Leopoldo (RS) como parte do Fórum Social Mundial, para lançar o webdocumentário Ctrl-V. Antes da exibição do webdoc, assisti a conferência de David Harvey, que discorreu sobre a necessidade de o artista trabalhar como uma espécie de agente duplo, dentro dos sistemas político e, sobretudo, do mercado.
Em busca de autonomia, ele pode e deve, segundo Harvey, ocupar espaços deixados no mercado para a criatividade. O autor acusa o capitalismo de ser o menos imaginativo dos sistemas. Sua existência depende de um certo grau de mecanicismo, que condiciona pessoas dentro de comportamentos e formas de atuação mais ou menos homogênea.
O geógrafo e professor da City University of New York (CUNY) enxerga neste terreno árido e difícil que é o mercado um mar de oportunidades para as atividades criativas e para o desenvolvimento e ocupação de espaços disfuncionais e subversivos. E deposita no artista a esperança e a responsabilidade de encontrar as brechas necessárias para implodir o sistema, ressignificá-lo ou reinventá-lo, com base em princípios humanos e éticos.
Harvey admite o risco de o artista “vender-se” ao capitalismo, mas diz que esse risco é um desafio saudável, pois estimula a tensão entre o artista, sua obra e sua função pública.
Perguntei ao pensador britânico, o que ele pensa sobre a formação e consolidação de indústrias culturais propriamente brasileiras, depois de apresentar-lhe como premissa o projeto desenvolvimentista do país, que acende uma vela para o capitalismo, baseando sua política econômica no mercado financeiro, e outra para o socialismo, ampliando a presença do Estado em ações sociais de cunho assistencialista, deixando o processo cultural numa área cinzenta, frente às contradições dessa política.
Harvey mostrou-se cético em relação ao desenvolvimento de uma indústria nacional. Considera os espaços ocupados por redes colaborativas mais adequado para o florescimento da criatividade. Mas não apontou como se daria o financiamento dessas atividades, provavelmente pelo Estado.
Mas se o Estado não é mercado, ele corre o risco de confundir-se com um produtor cultural, moldando aquilo que devemos ou não devemos ver, ouvir e consumir como arte e cultura. Diante desse risco eminente, vivido no Brasil em tempos de Procultura, Harvey defende quase que uma conspiração de artistas, em defesa da sobrevivência e em defesa da democracia.
Uma reflexão importante para o ano que se inicia, em que definiremos o novo modelo de política cultural para o Brasil, exercendo e negociando o poder de voto e de construção de uma agenda democrática, baseada na garantia dos direitos culturais e no pleno exercício da liberdade de expressão.
Sobre "Leonardo Brant " http://www.brant.com.br Pesquisador de políticas culturais. Autor do livro "O Poder da Cultura" e diretor do webdocumentário Ctrl-V::VideoControl. |
Um artigo do Professor Jaime Sodré
Chegou o dia. Dona Tidinha pronta, nos seus 67 anos, obediente a iconografia musical de Caymmi, segue a orientação do mestre quanto ao “trajo”: torço de seda, brincos de ouro, corrente de ouro, pano-da-costa, bata rendada, pulseira de ouro, saia engomada, sandália enfeitada, tem. Mas, a bem da verdade, onde consta a palavra “ouro”, leia-se dourado, sinais dos tempos. Tinha graça como ninguém. Dona Tidinha não tinha um rosário de ouro, nem uma bolota assim ou balangandãs. Mas, com as graças de Oxalá, vai ao Bonfim. Jarro enfeitado, branquinho, palma de Santa Rita e Angélica, caule imerso no “amassi”.
Lá vai Tidinha. Segue pela Rua Direita de Santo Antônio, passa pela reforma da Igreja do Boqueirão, benze-se. Vislumbra a Igreja dos Quinze Mistérios, reduto Malê, benze-se. Segue o Pelourinho, dá de frente com a Catedral da Sé, benze-se ao padroeiro de Salvador, São Francisco Xavier. Desce o Elevador, repousa nas escadarias da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Bahia, e aguarda a saída rumo ao padroeiro popular da Bahia, Nosso Senhor Oxalá do Bonfim. Era assim que ela entendia e exercia a sua religiosidade. E toca a esperar… cochila.
No íntimo, agradece ao Capitão-de-mar-e-guerra Theodósio Rodrigues de Faria, a feliz ideia de render graças ao Senhor do Bonfim. A imagem de Nosso Senhor e de Nossa Senhora da Guia, vindas de Portugal, chegaram à Bahia por iniciativa deste capitão, fruto de uma promessa quando enfrentara intempéries marinhas. Em 16 de abril de 1745, a réplica da imagem instalada em Setúbal, terra natal de Theodósio, chega à Bahia.
Com a permissão do bispo D. José Botelho de Matos, é abrigada na Igreja de Nossa Senhora da Penha de França. Após o término da construção da igreja, iniciada em 24 de junho de 1754 e concluída em 1772, as imagens são trazidas para a Sagrada Colina.
Para alguns a lavagem teria sido iniciada em 1773, quando, a mando da irmandade dos leigos, os escravos efetivaram a lavagem do templo para a Festa do Bonfim, no segundo domingo após o Dia de Reis. Informa-nos o brilhante professor Sebastião Heber, que essas lavagens têm as suas raízes na metrópole portuguesa, mas não eram muito do agrado dos senhores bispos. Em 1534 o bispo de Évora teria interrompido este ato, alegando desrespeito aos valores católicos.
Na versão oral, a lavagem vinculada a Oxalá, nos moldes que conhecemos, teria sido uma iniciativa do Babalorixá Bernardino, com filhas de santo e água de cheiro, pagando uma promessa. Em 1863 fechou-se o adro, colocando-se um gradil, doado pelo ex-juiz J.P. Rodrigues da Costa, contra abusos. Para comemorar o primeiro centenário da Independência da Bahia, em 1923, fora incluída na programação, a venerada Igreja do Senhor Jesus do Bonfim. Para a ocasião cria-se o Hino ao Senhor do Bonfim. A relação da Igreja e música surge em 1839, com as composições do violonista e compositor baiano Damião Barbosa de Araújo para as missas cantadas em latim.
Dona Tidinha acorda do cochilo, começa a romaria. Aos gritos de “Viva o Senhor do Bonfim” a caminhada segue com fé, e todos cantam o “Gloria a ti”, popularizado em uma gravação de Caetano Veloso. Na verdade, o Hino Oficial é de autoria musical de Edgas Muniz de Aragão Pethion de Gueiroz, com letra de Remigio Domenech: “Ao teu lado, sempre unidos, somos o seu povo, Nosso Senhor, Nosso Senhor do Bonfim, salva, protege, alumia pelo sinal desta cruz, o coração da Bahia, que a teus pés, o amor conduz, volve os teus olhos divinos, aos nossos males, oh sim, ouve o clamor desse hino, Nosso Senhor do Bonfim”.
O “Gloria a ti”, como o povo o intitula, foi composto em 1923 para as comemorações do centenário, por João Antônio Wanderlei e Artur de Sales. Artur teve a sua letra escolhida por Wanderlei, na ocasião regente da Banda da Polícia Militar. Dona Tidinha entoa a canção, promove uma alteração na letra, e ao invés de cantar “mansão da Misericórdia” canta “Mãe Santa Misericórdia”, mas tudo vale.
Às 18 horas do mesmo dia, os pés estão na água quente, a roupa, os adereços e fios de contas na cama, e diante do cansaço e esforço comenta o seu filho: “Não sei pra que isso, mamãe, se cansar à toa”. Responde D. Tidinha, retirando o torço: “Não é por mim filho, é pela humanidade”.
Jaime Sodré é professor, historiador e religioso do Candomblé
Museu Afro recolhe donativos para o Haiti
Para quem quiser ajudar as vítimas do terremoto no Haiti, o Museu Afro-Brasileiro da Ufba, está recolhendo alimentos não perecíveis.
A campanha é coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Os alimentos arrecadados serão encaminhados para a Cruz Vermelha.
A entrega deve ser feita na portaria do museu que fica no prédio do Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, Centro Histórico. O horário de funcionamento é das 9 às 18 horas, de segunda a sexta. Mais informações pelos telefones 3283 5540 / 5541
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Nove alimentos para deixar a imunidade nas alturas
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
PRÉ-CONFERÊNCIA SETORIAL DE ARTES VISUAIS - PE
MINISTÉRIO DA CULTURA
Representação Regional Nordeste
CONVITE
PRÉ-CONFERÊNCIA SETORIAL DE ARTES VISUAIS
ASSEMBLÉIA DE ELEIÇÃO DOS DELEGADOS - PERNAMBUCO
A Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura, Fundação Nacional de Artes, Fundarpe, por meio da Coordenação de Artes Plásticas e Graficas, Secretaria de Cultura do Recife por meio do Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães e o Fórum de Artes Visuais de Pernambuco, convidam os artistas, produtores, curadores, professsores, pesquisadores, entidades e gestores culturais do segmento das Artes Visuais, a participarem da Assembléia de Eleição dos Delegados da Pré-Conferência Setorial, a ser realizada nesta quarta-feira, dia 27 de janeiro, às 19h, no Auditório do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães/MAMAM.
Os membros da Sociedade Civil interessados em participar da Pré-Conferência Setorial de Cultura, na condição de Delegados, deverão atentar aos seguintes detalhes:
1º. Fazer o registro de sua candidatura em Formulário disponibilizado no site do CNPC (www.cultura.gov.br/cnpc) até a data de realização das assembléias setoriais.
2º. Participar da Assembléia, onde serão eleitos os 3 (três) representantes da sociedade civil.
3º. Postar até 31/01/10, os documentos exigidos na Resolução nº 2 para concluir sua habilitação (para os delegados eleitos).
Contamos com a participação de todos!
Contatos para dúvidas ou mais informações:
Funarte Nordeste/MinC: 81 3194.1314 / 8639.0447
Coordenação de Artes Plásticas e Gráficas/Fundarpe: 81 3184.3078
MAMAM: 81 3232 1694
Fórum de Artes Visuais de Pernambuco - Bruno Monteiro: 81 8845.2094 / 9747.4507
Local:
Auditório do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães/MAMAM - entrada pela Rua da União, 88, Boa Vista
Dia: Quarta-feira, 27 de janeiro de 2009 - Hora: 19h
Saiba sobre as mudanças no aluguel
Entra em vigor Lei do Inquilinato. Confira principais mudanças
"A lei que rege o aluguel estava mesmo precisando de mudanças. Ela era muito antiga e deixava de fora situações importantes que foram surgindo na sociedade ao longo dos anos. Por exemplo, um casal em união estável, quando se separava, tinha muita dificuldade em saber definir como ficaria a situação do imóvel alugado. Sem falar que muitas vezes o fiador estava relacionado ao integrante que deixava o imóvel. Agora a lei contempla esses casais e esses fiadores", explica o diretor de legislação do inquilinato do Secovi-SP, Jacques Bushatsky.
Inquilinos x locadores
Para quem acredita que a nova lei beneficiará mais os proprietários do que os locadores, já que prevê - entre outras coisas - um despejo mais rápido para quem atrasa o aluguel, por exemplo, Bushatsky diz que não concorda com essa visão.
"Ninguém será prejudicado. É bom lembrar que nenhum direito foi alterado. A nova lei apenas dá um basta em contratos que eram assinados, mas não eram cumpridos. Infelizmente, chegou um momento em que a pessoa se comprometia a pagar um aluguel, não pagava, e o proprietário não conseguia tirá-la do imóvel e amargava um prejuízo. Resumindo, a lei diz que você vai ter que cumprir o que prometeu. A mesma coisa cabe ao proprietário, que precisa manter o imóvel em ordem, respeitar os prazos de contrato, entre outras coisas", explica.
Benefícios
O advogado, porém, é categórico em afirmar que a lei será muito benéfica para os brasileiros que põem para alugar e alugam imóvel. "Para quem vai alugar, a lei traz grandes facilidades. Antes, conseguir um inquilino era um grande problema para quem queria alugar. Agora é possível firmar contrato sem a presença de um fiador. Isso facilita a vida de milhares de pessoas", garante.
E completa: "Já para quem tem um imóvel para alugar, a facilidade acontece porque essa nova lei traz garantias de que o proprietário não vai amargar prejuízos. Não há números estatísticos, mas no Brasil há muitos imóveis que poderiam ser alugados, mas que o dono prefere deixar fechado a alugar e enfrentar problemas, como destruição do patrimônio, não recebimento da renda com que contava, entre outros. Além do mais, se existir mais imóveis no mercado e menos medo de prejuízo por parte dos proprietários, há grande chances do aluguel ficar mais barato", finaliza.
Confira abaixo algumas das principais mudanças na lei, relacionadas aos aluguéis residenciais:
Em contratos firmados com assinatura do fiador, este poderá pedir o encerramento de seu compromisso, mas ainda responderá pela fiança por um prazo de 120 dias
O locador poderá exigir a substituição do fiador que estiver em regime de recuperação judicial. O inquilino tem 30 dias para apresentar um substituto. Caso contrário, o contrato pode ser encerrado
O contrato poderá ser firmado sem fiador, desde que haja a concordância do locador
Durante a vigência do contrato, o dono do imóvel não poderá recusar a restituição do imóvel pelo inquilino. Mas quem aluga deverá pagar a multa estabelecida no contrato
Em caso de contratos sem fiador, a retomada do imóvel já poderá ser pedida a partir do atraso de um aluguel
Neste caso, a ação de despejo será suspensa se, no prazo máximo de 15 dias, o inquilino quitar integralmente a dívida. Deixa de valer o requerimento em que o locatário manifesta intenção de pagar a dívida
A partir de agora, a multa rescisória passa a ser proporcional. Se o inquilino decidir entregar o imóvel antes do fim do prazo, pagará apenas um valor proporcional ao tempo que faltava para cumprir o contrato
Feiras de artesanato no Nordeste são opção de passeio nesse verão
Marque na sua agenda um passeio e leve para sua casa muitas lembranças belas dos artesãos nordestinos.
Fotos: Divulgação
SID/MinC lança Blog sobre o Encontro dos Povos Guarani
Evento será realizado de 2 a 5 de fevereiro, em Diamante D'Oeste, no Paraná, reunindo representantes da etnia de quatro países
A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) lançou um Blog para divulgar o Encontro dos Povos Guarani da América do Sul - Aty Guasu Ñande Reko Resakã Yvy Rupa, que será realizado de 2 a 5 de fevereiro deste ano, na aldeia indígena Tekoha Añetete, localizada no município de Diamante D’Oeste, no Paraná. O Encontro reunirá mais de 800 indígenas Guarani da Bolívia (Chiriguano), do Brasil (Kaiowa, Ñandéva e Mbya), do Paraguai (Ache-Guayaki, Kaiowa, Mbya e Ava-Guarani) e da Argentina (Mbya).
As notícias sobre o Encontro - que tem como objetivo principal criar uma nova perspectiva de intercâmbio cultural que fortaleça a relação entre os Guarani - poderão ser acessadas em tempo real, a partir de agora, e durante toda a realização do evento. No Blog estarão disponibilizadas, ainda, fotos e vídeos, artigos e documentários.
Os Guarani constituem um povo de forte identidade étnica e cultural, que fala uma única língua e que vive de acordo com valores e construções cosmológicas muito similares. Os territórios de ocupação tradicional desses povos se estendem pelo Paraguai Oriental, o Norte da Argentina, o Sul da Bolívia e por sete estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo). No Brasil, somam mais de 65 mil indivíduos, dentre os 250 mil existentes na América do Sul, e representam o grupo étnico mais numeroso do país, concentrando-se predominantemente no Mato Grosso do Sul.
Por meio do Blog, os interessados poderão acompanhar tudo que acontece no Encontro e informar-se sobre a história da etnia no Brasil e nos outros países da América do Sul, além de acessar links que remetem o internauta a outros sites que abordam questão relativas aos povos Guarani. Os usuários podem contribuir com sugestões ou comentários na área Notícias.
O Blog do Encontro do Povos Guarani da América do Sul pode ser acessado no seguinte endereço eletrônico: blogs.cultura.gov.br/encontroguarani.
(Comunicação SID/MinC)
Telefone: (61) 2024-2379
E-mail: identidadecultural@cultura.gov.br
Acesse: www.cultura.gov.br/sid
Nosso Blog: blogs.cultura.gov.br/diversidade_cultural
Nosso Twitter: twitter.com/diversidademinc
sábado, 23 de janeiro de 2010
DRAMÁTICO SEM SER TRÁGICO: a cor na pintura
Gilberto Gil é o convidado do Ilê neste sábado
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Explosão de beleza
Floração de palmeiras plantadas por Burle Marx vira atração no Rio de Janeiro. É um espetáculo raro da natureza, que leva cinquenta anos para acontecer
Um grandioso e raro espetáculo da natureza está em cena no Rio de Janeiro. Trata-se da floração de palmeiras Corypha umbraculifera, ou palma talipot, no Aterro do Flamengo. Trazida do Sri Lanka por Roberto Burle Marx, autor do projeto paisagístico do parque, ela floresce uma única vez na vida, cerca de cinquenta anos depois de plantada. Em seguida, inicia um longo processo de morte. Os cachos da palma talipot contêm aproximadamente 1 milhão de microflores e ficam no topo da palmeira, formando uma copa de tonalidade castanha de até 8 metros de diâmetro e 4 metros de altura. Nos dois anos que separam essa explosão de flores de sua morte, a palmeira produz uma tonelada de sementes, a forma que a natureza encontrou para garantir a sobrevivência de uma espécie que leva tanto tempo para se reproduzir. A palma talipot faz parte do estupendo mosaico de espécies criado por Burle Marx em seu maior e mais importante projeto, que levou à frente durante o governo de Carlos Lacerda, no início dos anos 60. Em 1,2 milhão de metros quadrados, numa área que se estende do centro do Rio até o bairro de Botafogo, ele espalhou 16 000 mudas de plantas de 200 espécies, de forma a garantir um parque florido em todas as épocas do ano.
Dos cinquenta exemplares da palmeira existentes hoje no Aterro, doze estão floridos – e assim devem permanecer por aproximadamente dois anos. A palma talipot atinge 30 metros de altura, e os leques formados por suas folhas chegam a medir 4 metros de diâmetro. A espécie também é conhecida como "palmeira dos 100 anos", porque em sua região de origem demora cerca de oito décadas para florescer. No Brasil, esse tempo foi reduzido praticamente à metade, possivelmente em virtude das diferenças em relação a seu habitat. Na Índia e no Sri Lanka, a palmeira vive em meio a florestas densas e por isso demora mais tempo para encontrar a luz necessária à floração. No Flamengo, ela foi plantada em área aberta, com grande exposição à luz do sol, e o processo foi acelerado.
As primeiras mudas que chegaram ao Brasil floresceram nos anos 90. Em 1998, a Fundação Parques e Jardins, órgão responsável pela manutenção dos parques da cidade, usou as sementes para fazer novas mudas. Delas surgiram sete exemplares de palma talipot, que também foram plantados no Aterro e hoje medem cerca de 5 metros de altura. As palmeiras são recursos ornamentais de grande apelo não só por sua majestade e elegância, mas também por sua facilidade de adaptação a diferentes ambientes. Servem tanto para decorar interiores de shopping centers quanto para ornamentar calçadas de condomínios à beira-mar. Só no Aterro, foram utilizados quarenta tipos. A palma talipot não chega a ser tão imponente e elegante quanto a palmeira-imperial, originária das Antilhas, que teve seus primeiros exemplares plantados no Jardim Botânico do Rio de Janeiro por dom João VI. Nem tão graciosa quanto a pequena palmeira-de-manila, muito usada em jardins por sua delicadeza. O que lhe dá destaque nos projetos paisagísticos é a exuberância. "Tudo nela é exageradamente grande", diz o botânico Ricardo Reis, especialista em palmeiras. Foram os imensos leques formados por suas folhas que colocaram as palmeiras talipot entre as espécies escolhidas por Burle Marx, que ao plantá-las já tinha mais de 50 anos e sabia que não as veria florir. "Ele comentava que para isso era preciso mais que uma vida", conta o arquiteto Haruyoshi Ono, parceiro do paisagista em seus principais projetos.
Batalha nacional de graffiti
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Promoção Cultural do Mundo Afro
Um canto que vem do Haiti…
Nenhum ruído deu a ele essa esperança. Ao redor, apenas o vazio, a ruína, o desespero. Nenhum gemido ao longe que pudesse acenar com a possibilidade de que sua esposa ainda respirasse, por milagre, lá debaixo.
Depois de UMA SEMANA, sem dali se afastar, ele acompanha um trator com uma pá empilhadeira retirar toneladas de pedaços de paredes. A empilhadeira, para todos, a metáfora definitiva de que, por vidas humanas, não havia mais o que fazer. Necessário limpar, retirar as lajes caídas, o pó. No entanto, o homem continua lá, sozinho em sua esperança, firme na expectativa de que sua esposa apertasse sua mão e olhasse pelo menos mais uma vez, com vida, em seus olhos. Permanecendo em uma certeza quase insana.
Até que se ouve um pequeno e longínquo gemido. Sim! Um gemido. Um pedido de socorro. DELA! Viva! Tão lá embaixo que foi preciso uma microcâmera para percebê-la. Lá em cima, o marido, cavando com as mãos, num gesto infrutífero, mas revelador de um amor que não tem barreiras físicas. Não! Com as mãos, não! Com as unhas. Feito garras, um bicho tresloucado de amor, tentando rasgar o chão e o concreto, que o separava de um corpo vivo, que clamava por socorro.
Desceram um microfone até a mulher e ela, então, fez duas coisas: primeiro, disse que, caso ela morresse, a coisa que mais importava para ela, naquele momento, era que ele soubesse que ela o amava. Debaixo de uma pilha enorme de concreto e sob um mundo desabado, ela disse que o que mais importava era a revelação de seu amor.
Que morresse, mas que ele tivesse essa certeza!
Depois do dito, ela… CANTOU!
Um canto que pareceu não sair da garganta, mas que veio da alma. Um canto que veio de algum lugar onde mulheres dizem aos amados que eles são importantes, ainda que hajam escombros, destroços, misérias, desigualdades, injustiças, guerras, preconceitos. Um canto de amor correspondido. Um canto que veio de um lugar onde os amantes transformam unhas e garras, para tentar mover um mundo que parece não sair do seu lugar de infelicidades e prantos.
Um canto que, como aquele amor, demonstrado ali, em poucos minutos, diante das câmeras, talvez tenhamos que aprender como a mais bela de todas as canções.
Os noticiários do mundo dedicaram longas e longas horas para mostrar os escombros, a luta pelos alimentos, a tragédia. E poucos segundos, para o homem que acreditou que havia razão para a esperança em meio ao caos, e para a mulher que revelou o amor acima de toda a destruição. E milésimos de segundos, para o canto.
Quisera eu saber aquela melodia, para sair por aí, cantando a todos. Quisera eu que aquele amor se espalhasse pelo mundo, contaminasse cada ser humano como uma bactéria que se instalasse nos corações e nenhuma vacina pudesse jamais prevenir, nenhum tratamento pudesse jamais medicar.
Quisera eu que todos nós acreditássemos na possibilidade do amor, da esperança, do canto! E que essas coisas pudessem ser manchetes diárias, em letras garrafais, a cada manhã de nossas vidas!
Que tenhamos pelo menos um pouco de humildade para aprender com aquele casal. Não sei os seus nomes. Talvez não saberemos nunca. Talvez não saibamos que, como todos, sofreram dificuldades cotidianas, enfrentaram problemas de relacionamento, tiveram que aprender que conviver é um gesto cotidiano de oferta.
O que sabemos é que são sábios, em seu amor e esperança. Com toda a sua aparente simplicidade e pobreza, ricos e sábios, em sua cumplicidade capaz de remover destroços e aproximar corpos, corações e almas.
Amemos… E cantemos!
Ney Mourão é jornalista e educador. Especialista em Educação a Distância. Poeta; autor do livro "Notas Dispersas pelas Paredes" (Editora Autêntica). Interessado em PESSOAS, tem formação em Terapias Holísticas (Reiki, Shiatsu, Reflexologia Podal, Florais de Bach, Aromaterapia). Em seus atendimentos, prefere dizer que acalenta almas para que estejam bem em seus corpos.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
O governo desenvolvimentista
R$ 2,2 bilhões para a cultura
Passei o dia examinando o complexo universo do orçamento brasileiro. Considero-me um cidadão relativamente bem informado e percebo os avanços no processo de transparência pública. Sinto-me, no entanto, um tanto frustrado na tarefa que me impus esta semana. Tentar explicar como será o orçamento da cultura em 2010, que chegará, pela primeira vez na história ao patamar de 1% do orçamento federal. O mérito é todo de Juca Ferreira.
O Ministro fez barulho em 2009: incomodou seus colegas de governo, cutucou o Congresso, cobrou de todos a responsabilidade do Estado em relação à cultura. Seu principal feito, no entanto, foi alinhar-se politicamente com Dilma, mostrando que cultura pode ser útil no processo eleitoral.
Fez uma aposta arriscada, pois tudo o que é potencialmente forte do ponto de vista eleitoral, torna-se frágil programática e institucionalmente. Um bom exemplo disso é programa Cultura Viva. A partir do momento que foi engolido pelo Mais Cultura, perdeu sua força programática para tornar-se um mero programa de repasse de verbas em parceria com estados e municípios, a ações culturais descentralizadas. Não sabemos para onde irá evoluir esta proposta, que é o grande cabo eleitoral da cultura na gestão Lula.
Até mesmo o processo de revogação da Lei Roaunet, ainda que eu o considere fraco e inadequado, não há como negar o impacto midiático da proposta. E a grande oportunidade política que ele gerou para o governo, vendendo esperança de dias melhores para a cultura de todo o país. Não há dúvida que essa esperança será levada em conta, sobretudo naqueles mares nunca antes navegados pelo sistema público de financiamento à cultura, na hora do voto.
O preço a pagar pela campanha política é grande, sobretudo com os setores estabelecidos do mercado cultural. O Ministro retornará de férias no final do mês, quando terá de encarar a crise do Procultura, apimentada com a demissão de Roberto Nascimento da secretaria do fomento, que cuida da gestão da Lei Rouanet.
O Procultura protocolado no Congresso é uma farsa. O projeto não foi liberado pela Casa Civil e deve sofrer mudanças. O prazo prometido para entrega da versão final é fevereiro. Mas nada disso será motivo de desânimo para o ministro, que vai tentar faturar, para si e para Dilma, os projetos e orçamento aprovados em 2009, sobretudo o Vale Cultura, que deverá ser regulamento ainda este ano.
2010 tem tudo para ser um grande ano para a cultura brasileira. Resta saber como será a ressaca deste ano. Disso dependerá o resultado das eleições, ainda incerto. À sociedade civil resta brigar por programas de governo avançados na área da cultura, buscando sobretudo a institucionalidade programática.
Sobre "Leonardo Brant " http://www.brant.com.br Pesquisador de políticas culturais. Autor do livro "O Poder da Cultura" e diretor do webdocumentário Ctrl-V::VideoControl. |