Tuna Espinheira não é um realizador que gosta de dormir de touca. Embora sempre a enfrentar imensas dificuldades para concretizar seus projetos (a luta pela continuidade de exibição de Cascalho ainda continua), acaba de realizar um novo documentário, Leonel Mattos a 24 quadros por segundo. Recebi um release sobre o filme, que transcrevo ipsis literis:
"Leonel Mattos a 24 quadros por segundo é o mais novo documentário do cineasta Tuna Espinheira, que durante dez minutos narra a trajetória artística do artista plástico baiano Leonel Mattos.
O projeto foi premiado em concurso do Ministério da Cultura (MINC), e realizado por uma equipe 100% baiana: produção executiva: Yara Maria Espinheira;
direção de fotografia: Claude Santos; operador de câmera: Roque Araújo;
direção de arte: Lígia Aguiar; projeto gráfico: Davi Caramelo; montagem: Claude Santos/Tuna Espinheira; edição: Claude Santos; narração: Maria Rosa Espinheira; trilha musical: Aderbal Duarte; roteiro, texto e direção: Tuna Espinheira; assistente de direção: Mônica Bahia.
O filme foi rodado em diversas locações da cidade de Salvador, como Boca do Rio, Monte Serrat, Museu de Arte Moderna da Bahia, (MAM), nas praças da Piedade e Campo Grande, Feira de São Joaquim entre outras.
Esta não é a primeira vez que o diretor do longa-metragem Cascalho - lançado neste ano em Salvador e Feira de Santana - explora o mundo das artes plásticas. O artista Bel Borba foi o personagem do curta-metragem O Bruxo Bel Borba, produzido no ano de 2000 e vencedor do XI Cine Ceará (Fortaleza).
Sobre o Artista
Leonel Mattos é uma das mais singulares expressões das artes plásticas da Bahia, com contundente repercussão fora do seu Estado e além das fronteiras do país.
Antenado com o seu tempo, jamais se contentou apenas com o pincel e o cavalete. Embrenhou-se no aprendizado das diversas técnicas que a sua arte permite: Intervenções urbanas, instalações, esculturas, etc.
Levado, compulsoriamente, pela sua natureza impulsiva, irrequieta, foi um dos primeiros, ao lado de Bel Borba, a realizar intervenções nas ruas, democratizando, para o olhar dos passantes, uma exposição permanente, a céu aberto, legando a todos, uma visão de grande força estética. Aqueles muros, paredes, postes, viadutos, pontes, etc, depois de pintados, desenhados, coloridos, mudavam a cara da cidade e, para os seus viventes que transitavam por ali, trazia uma abençoada alegria para a suas retinas tão fatigadas do cotidiano opaco.
Durante três anos e seis meses, vítima de um processo de conotações Kafkianas, o nosso artista de vôo livre, esteve encerrado na Penitenciária Estadual. Convivendo com os condenados, responsáveis pelos crimes mais brandos e os mais graves delitos. Promoveu nestes tempos de horror, várias oficinas de aprendizado das técnicas no reino das artes plásticas, ajudando a elevar a auto-estima, dele próprio e dos companheiros de cárcere. Muitos destes presos se apegaram ao fazer artístico. Como produto da memória das trevas, Leonel, já em liberdade, organizou a sua mais contundente, aclamada e premiada exposição, a qual deu o nome sugestivo de Caixa Preta.
Leonel Mattos, pela compulsão da arte e da diversidade dos seus fazeres, inclui-se naquela definição Marioandradiana: “Eu sou trezentos, sou trezentos e cinqüenta”.
Este filme é o registro documental, em 24 quadros por segundo, deste viajante e suas passagens pelas estações de alto e baixo astral, sem perder a utopia."
Ficha Técnica
Documentário: Leonel Mattos A 24 Quadros Por Segundo
Duração: 10 minutos
Produção Executiva: Yara Maria Espinheira
Direção de Fotografia: Claude Santos
Operador de Câmera: Roque Araújo
Direção de Arte: Lígia Aguiar
Projeto Gráfico: Davi Caramelo
Montagem: Claude Santos/Tuna Espinheira
Edição: Claude Santos
Narração: Maria Rosa Espinheira
Trilha musical: Aderbal Duarte
Roteiro, texto e direção: Tuna Espinheira
Assistente de Direção: Mônica Bahia
Contato:
Tuna Espinheira – (71) 3359- 4480/ 8853-4480
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