domingo, 5 de junho de 2011

Qual a sua participação no Dia Mundial do Meio Ambiente?

Brasil: fonte inesgotável de água? Nem tanto

A primeira ação de conscientização ambiental, realizada há 39 anos, em Estocolmo, por iniciativa da ONU se tornou o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). Essa data, antes de remeter à preservação da natureza, se refere principalmente à conscientização do uso racional dos nossos recursos naturais a fim de garantir a manutenção do nosso planeta. Hoje, é cada vez mais importante ter ciência de que atitudes sustentáveis visam preservar a própria existência humana, afinal, o mundo é a nossa casa.

Meio Ambiente no Brasil

O Brasil, apesar de ser uma potência ambiental, ainda tem muito à aprender, pois o cenário não é dos melhores: desmatamento, tragédias naturais geradas pelo crescimento desmedido em conjunto com a falta de planejamento público entre outros problemas sérios, refletem a falta de um real engajamento do país, mesmo diante de tantas mudanças climáticas sinalizando a importância de tais medidas. Por tudo isso, o Dia Mundial do Meio Ambiente se torna o momento ideal para multiplicar ações que possam contribuir para a mudança dessa realidade imediatamente. Se informar a respeito das políticas públicas sobre o meio ambiente, questionar as atividades que ajudam a piorar o quadro atual e adotar atitudes sustentáveis na rotina individual são posições que devemos ter perante a nossa sociedade. E essa educação começa em casa.

Embora sejamos um país rico em recursos naturais, os problemas que enfrentamos se deve a um mau planejamento e falta de educação quanto ao seu uso. A água é um deles. Embora tenhamos uma das maiores reservas de água potável no mundo, desperdiçamos cerca de 40% dela, destinada ao consumo humano. Portanto, o uso racional de água é uma das mudanças mais importantes a ser incorporada no cotidiano do brasileiro.

O uso consciente da água
“De acordo com a UNEP (Programa Ambiental das Nações Unidas da ONU), a quantidade ideal de consumo de água por habitante deve ser de 110 litros ao mês” - informa Paulo Costa, consultor da H2C, empresa especializada em programas de uso racional da água e membro do Green Building Council Brasil – “Se você gasta cerca de 200 litros, é necessário rever seus hábitos!”Mas como fazer para saber o quanto se gasta? Paulo ensina:“Na conta de água, você encontra a medida utilizada ao mês por metros cúbicos (m³)”. “Multiplique esse número por 1.000. Pegue o resultado, converta para litro e divida pelo número de habitantes na casa. Depois disso, divida por dias do mês, 30 em média. O resultado é a quantidade gasta ao mês.” – finaliza.
Além disso, é importante verificar se não há vazamentos em encanamentos e pontos de utilização, tais como pia, chuveiros ou descarga. “O ideal é averiguar se está tudo certo a cada seis meses” – orienta o especialista - Para isso, feche o hidrômetro (medidor de água), anote o número que está e volte depois de 2 horas. “Se o número foi alterado, é porque há vazamentos em algum ponto do local.”
Tecnologia verde
Hoje, já temos disponíveis vários sistemas que ajudam na economia de água, porém, como podem custar um pouco mais, algumas pessoas acabam por não se interessar. O fato é que a implantação de sistemas ecológicos e sustentáveis, seja em uma residência ou empresa, gera economia permanente e ainda, colabora com a preservação ambiental, mantendo nosso espaço um lugar melhor para se viver.
O ideal é que haja uma participação ativa do governo, proporcionando incentivos para a reutilização de recursos naturais e tecnologias sustentáveis na construção de casas, prédios, empresas e estruturas, além de outros tipos de iniciativas perenes, como campanhas e investimento em educação ambiental. Essa postura é imprescindível para que o país evolua nesse sentido. Países, como a Alemanha, por exemplo, já fizeram do sistema de uso da água da chuva obrigatoriedade. O aeroporto de Frankfurt usa 70% de água vindo desse tipo de abastecimento.

A polêmica do Novo Código Florestal
Atualmente, o país vive um momento polêmico quanto às políticas públicas ambientais. No final de maio, foi aprovado o Novo Código Florestal, uma iniciativa do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B - SP) que propõe resoluções que geraram divergências entre ambientalistas e ruralistas. Segundo a WWF-Brasil, a proposta aprovada na Câmara dos Deputados em 24 de maio e agora em análise pelo Senado Federal incentiva o desmatamento em todo o país, dribla a necessária recuperação de áreas degradadas, anistia desmatadores ilegais, retira a proteção de manguezais, veredas e outras áreas protegidas, reduz a proteção de rios, córregos e outros cursos d’ água e reduz a necessidade de florestas em propriedades rurais na Amazônia. Também repassa aos estados e municípios o direito de autorizar desmates, não incorpora novos instrumentos de promoção à recuperação e conservação ambiental, prejudica metas nacionais de proteção da biodiversidade e de redução de emissões e, ainda, ameaça as exportações para mercados globalizados e cada vez mais exigentes de itens produzidos com sustentabilidade. Já os ruralistas defendem que é preciso pensar na sustentabilidade não só como questão ambiental, mas econômica e social, já que o emprego na agricultura é muito grande no país.
O caso é que esse tipo de decisão deve ter a participação de nós, cidadãos, afinal, diz respeito ao destino dos nossos recursos naturais e do nosso bem viver. Faz-se necessário pensar qual a sua participação no Dia Mundial do Meio Ambiente para colaborar com a criação de lugar seguro para você e sua futura geração. Para isso, informe-se melhor à respeito, adote atitudes sustentáveis no seu dia-a-dia e exponha sua opinião sobre essas políticas públicas. Faça a sua parte e mantenha o planeta vivo e verde!

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