As prioridades de Petrópolis são mantimentos, material de limpeza, objetos de higiene pessoal, lençóis e roupa de cama. A cidade recebeu gratuitamente mais de 1,5 milhão de litros de água no sábado (15) e afirma que o abastecimento está praticamente normalizado. Nova Friburgo pede, principalmente, água e vela. Também são necessárias roupas íntimas, talheres, pão de forma, produtos de higiene pessoal e fósforo. Sumidouro pede alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e higiene pessoal, papel higiênico, roupa de cama, toalha, cobertor, travesseiro, biscoito e achocolatado.
Em Teresópolis, os itens de mais necessidade são produtos de higiene pessoal (incluindo fralda descartável e geriátrica), vela, fósforo e roupas íntimas. Rudimar Caberlon, secretário municipal de Ação Social de Teresópolis, também pediu que a população mantenha as doações de alimentos. “Precisamos de arroz, feijão, farinha, óleo, sal, macarrão e outros alimentos não perecíveis.” Ele também pediu mobília, eletrodomésticos e demais utensílios para os desabrigados.
Petrópolis e Nova Friburgo informam que já não precisam mais de roupas. “O número de roupas doadas já ultrapassa a necessidade dos moradores afetados pelas chuvas na região de Itaipava”, informou a prefeitura de Petrópolis em comunicado.
Além da doação de produtos, Nova Friburgo também conta com a colaboração dos próprios moradores da cidade, que estão empenhados em ajudar aqueles que foram gravemente feridos pelos deslizamentos de terra e pelas enxurradas que destruíram o município. Uma longa fila se formou no hemocentro montado pela Secretaria Estadual de Saúde de Defesa Civil na região do centro e teve gente que esperou até 3 horas para doar sangue.
A tragédia causou o esvaziamento de Nova Friburgo, pois muitos têm pavor de ficar na cidade com maior número de mortos na calamidade que é registrada como um dos maiores desastres naturais do país. Os ônibus de Nova Friburgo em direção ao Rio saem a toda hora. A frota é de Niterói: os que estavam na serra fluminense estão enlameados ou avariados.
Balanço
Nova Friburgo confirma 273 mortos; a Defesa Civil de Teresópolis, 261. Petrópolis registra 55 e Sumidouro agora tem 19 vitimas. Em São José do Vale do Rio Preto, a Polícia Civil confirma 4 mortes. As cidades de Areal e Bom Jardim, também afetadas, não tiveram vítimas fatais. Na noite de sábado, a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro havia divulgado 274 mortos em Nova Friburgo e 263 em Teresópolis.
Em Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados. Teresópolis tem 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados. Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.
Sérgio Cabral presenciou a queda de uma barreira durante a ida para Nova Friburgo, no Rio, no sábado. “Faço um apelo porque vi, in loco [a queda]: que ninguém use a RJ 116, porque acabou de acontecer uma queda de barreira. É algo muito sério, muito grave, está interditado”, afirmou, ao chegar em Nova Friburgo, onde fortes chuvas voltaram a alagar as ruas da cidade.
O governador disse que sentiu na pele a tensão que vivem os moradores da região. “Não vivi a mesma coisa porque graças a Deus estou vivo e não perdi nenhum parente nessa tragédia. Mas efetivamente vivi o pânico”, contou. O governador visitou a cidade para ver os estragos e também o hospital de campanha da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, montado no local.
* Com informações de Fabiana Uchinaka e Rodrigo Bertolotto, enviados especiais do UOL Notícias a Nova Friburgo, e Agência Brasil
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