quarta-feira, 14 de julho de 2010

O 3D não é para todos!

As três dimensões é a tecnologia do momento, mas você conhece quais seus malefícios à saúde?
Por Rodrigo Tadeu*
Atualizado: 13/7/2010 18:42

A recente apresentação do Nintendo 3DS, na Electronic Entertainment Expo 2010, e a voracidade comercial do mundo do cinema colocou recentemente o fenômeno 3D na boca de todos.

A Sony já tem o seu firmware no mercado e a Microsoft aguarda pacientemente para tirar uma casquinha deste bolo. Mas será que não estamos nos precipitando demais com esta tecnologia?

Há pouco mais de um ano um filme em 3D era anunciado como a mais espetacular experiência, hoje em dia qualquer anúncio de uma futura produção é inevitavelmente acompanhado do slogan “em 3D”. E como era de se prever, os videogames começaram a se mover para aproveitar esta tendência, e, em breve, sem dúvida, tudo vai caminhar para o 3D. Televisões prontas – e com preços astronômicos – já são encontradas no mercado, além dos óculos que também não deixam de ser caros.

E não sei se sou o único, mas acredito que a coisa está indo rápida demais e que as empresas estão se aproveitando demais da novidade. Vamos deixar de lado o mundo do cinema (afinal, quantos filmes realmente valem a pena em 3D?) e nos concentrarmos no que interessa: os videogames.

Não vou negar que jogar um ou outro título em 3D é mais espetacular do que no modo “tradicional”, mas pelo andar da carruagem as empresas querem que toda esta tecnologia se encaixe no futuro, ao invés de se concentrar em fazê-la destinada a títulos específicos que realmente trazem para fora o máximo desta possibilidade.

Algo que precisa ser melhorado – e muito – são os modelos dos óculos, que atualmente não são nem um pouco ergonômicos. Muitas já usam óculos durante todo o dia, por isso, ter que usar outros óculos no momento que deveríamos sentar e relaxar não é exatamente muito agradável, principalmente com aquelas armações gigante e suas lentes hipervitaminadas. Fora que colocar os óculos 3D em cima dos óculos de grau é completamente inviável.

É uma sensação desconfortável, que pode não ser nada nos primeiros 10 minutos, mas que depois de algumas horas, passa a ser insuportável. E esse não é único problema, o 3D tem outros pontos negativos.

Abaixo leia os pontos negativos apontados pela Revista Info Exame (Ed. Abril).

- Nem todo mundo consegue enxergar o 3D. De acordo com Célia Nakanami, chefe de oftalmologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo, só vê em 3D quem tem os olhos alinhados. Quem tem estrabismo ou ambliopia (redução significativa ou perda da visão em um dos olhos) não consegue ver o efeito nos óculos ativos e passivos. Quem tem daltonismo pode não conseguir ver o efeito nos óculos anaglíficos.

- Não dá para ver 3D deitado. O recomendado é que você esteja sentado, num ângulo de 90 graus em relação à tela e a uma distância de pelo menos três vezes a altura dela. A imagem perde o efeito à medida que você se afasta do ângulo correto.

- Faz mal ver 3D por muito tempo. Algumas pessoas se sentem incomodadas e podem passar mal. Isso ocorre porque os olhos focam e desfocam rapidamente os objetos.

Alguns me dizem que o segredo do sucesso tem a Nintendo com seu futuro portátil, mas não é a mesma coisa, o Nintendo 3DS se trata de um efeito 3D “para dentro” e não é o que nós e a indústria estamos acostumados a ver.

Posso garantir que vamos ter que usar muitos e muitos modelos de óculos 3D, até que alguém, com uma tecnologia barata e acessível, faça o mesmo efeito em telas grandes. E o preço que teremos que pagar até que a corrida para levar novas tecnologias ao mercado será “engolir” os primeiros lançamentos que já estão nas lojas, o que inevitavelmente significa comprar TVs apropriadas e seus acessórios relacionados.

Não sei vocês, mas estou bastante em dúvida com este assunto, recentemente já temos que nos acostumar com a odisséia que se aproxima com o Kinect e os controles por movimento, e agora também teremos que jogar com óculos 3D durante todo o tempo. Não me oponho à evolução natural das coisas, mas eu sinceramente acredito que a indústria está acelerada demais. Quando é que teremos roupas inteiras com sensores de movimento? Assim teríamos o pacote completo …

* Quem sou eu:

Rodrigo Tadeu é jornalista e publicitário, Diretor Executivo da InsideComm Assessoria e Comunicação. Editor do site Inside Games, escreve também para sites, revistas, jornais e TV. A primeira experiência com games foi com um Atari e depois disso nunca mais parou. Sua época preferida foi a década de 1990 com os "adventures" para PC.

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