sábado, 9 de janeiro de 2010

Brasil terá primeira escola de cultura homossexual

A princípio, a criação de uma escola de cultura homossexual, com cursos como o de formação de drag queen, acaba se tornando motivo de chacota. Mas o argumento de militantes LGBTs para a criação da primeira instituição do gênero no Brasil é que, através da disseminação de informações sobre o universo dos gays, lésbicas e transgêneros, é possível romper não só com o preconceito, mas com a marginalização cultural que eles sofrem.
A instituição em questão é a Escola Jovem LGBT, que será inaugurada em março de 2010, em Campinas, no interior paulista. A iniciativa é do Grupo E-Jovem, que desde 2001 luta pelos direitos de jovens LGBT e que vai receber um verba de R$ 180 mil, ao longo de três anos, através do projeto Pontos de Cultura - uma parceria entre o Governo de São Paulo e o Ministério da Cultura.
"Não existe nenhum trabalho consistente de valorização das expressões gays, no Brasil. A cultura LGBT fica restrita a boates, e jovens com menos de 18 anos não têm acesso a esses espaços", afirma Deco Ribeiro. diretor da Escola Jovem LGBT.
A instituição será destinada a pessoas entre 12 e 29 anos e terá três linhas de ensino: expressão artística (com cursos de drag queen, dança e música), expressão cênica (webTV, teatro e cinema) e expressão gráfica (publicações impressas).
Além de oferecer ferramentas para que os alunos expressem sua sexualidade, todo o material produzido por eles - livros, revistas CDs e DVDs - serão distribuídos gratuitamente para difundir a cultura LGBT.
"Queremos mostrar para sociedade como a gente se expressa. No colégio, por exemplo, quando a professora pede uma redação sobre como foi o fim de semana dos alunos, o adolescente gay não pode falar que passou com o namorado".
Os cursos da Escola Jovem LGBT terão três anos de duração e ao final os alunos receberão um certificado. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail escola@e-jovem.com .

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