O pesquisador Akbari Hashem, do Lawrence Berkley National Laboratory, dos Estados Unidos, afirmou em recente estudo, que pintar os telhados de branco pode ajudar a combater o aquecimento global, diminuindo a temperatura das ilhas de calor nos grandes centros urbanos, vez que enquanto as coberturas escuras absorvem 80% do calor externo, as claras refletem até 90% da luz solar.
O fato é que se nada for feito para reverter o quadro de emissões de gases de efeito estufa, o custo do aquecimento global para a economia mundial hoje de US$ 125 bilhões por ano – maior que o Produto Interno Bruto de 73% dos países do mundo – poderá aumentar para US$ 340 bilhões em 2030, sendo esta naturalmente, a razão maior para se buscar soluções a médio prazo para amenizar o problema, sejam elas curiosas e estranhas no primeiro momento, como a sugestão dos telhados “verdes” e agora dos “brancos”.
A segunda idéia tem mais chances porque já ganhou a simpatia do “guru do clima” do governo Obama, o Secretário de Energia Steven Chu, que empolgado, está sugerindo que pintemos o mundo de branco.
Com base no estudo de Akbari, o Nobel Steven acredita que ao refletirem os raios solares de volta para o espaço, os telhados, calçamentos e estradas, pintados de branco, podem gerar uma economia equivalente a tirar de circulação todos os carros do mundo por onze anos, diminuindo também o uso do ar condicionado nas edificações, já que um telhado branco de 100 m2 compensa cerca de 10 toneladas de gás carbônico, o equivalente à emissão anual de uma típica casa residencial seja americana ou européia.
A solução terá um efeito ainda maior se incluirmos nessa “caiação” geral os imóveis inteiros, como já se faz na costa do Mediterrâneo há séculos.
Com base no estudo de Akbari, Steven quer ainda que - a exemplo da Califórnia onde já existe uma lei que exige que os prédios comerciais tenham o telhado branco - as comunidades, autoridades e famílias usem mais materiais refletores em eventuais manutenções e reparos, defendendo até mesmo grandes campos de culturas agrícolas que brilham à luz do sol, como soja, cevada, trigo, etc.
Sem mencionar o quanto seria emitido de CO2 para produzir e aplicar tinta branca em todas as edificações do mundo, Akbari e Steven querem que os Estados Unidos passem das palavras às ações, para que países grandes emissores de CO2 – como a China - sigam-lhe o exemplo.
Polêmicas e resultados práticos à parte, a idéia é muito interessante para fortalecer o turismo da cidade onde nasci, Salvador no estado da Bahia, Brasil, América do Sul, onde sob influência de um forte misticismo, a maioria das pessoas se veste de branco à sextas feiras e na segunda quinta feira de cada ano, acompanhando as baianas em trajes típicos, um milhão de fiéis sobe a colina sagrada para lavar com água de cheiro, as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bomfim.
Publicado em arquitectura por carmosa em 9 jun 2009
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