domingo, 9 de janeiro de 2011

Brasil lidera economia da cultura na América Latina

O Brasil é o país da América Latina com o maior saldo positivo no comércio exterior de produtos e serviços ligados à indústria criativa – que abrange áreas tradicionais da cultura (como música, TV, cinema e artes plásticas), mas também artesanato, comunicação, design, arquitetura e itens ligados às novas tecnologias. Em 2008, as exportações brasileiras superaram as importações em US$ 1,74 bilhão, segundo o Relatório de Economia Criativa de 2010, publicado pelo PNUD e pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).

Das 13 nações da região com volumes mais expressivos de fluxo comercial nessa área, apenas quatro registraram superávit: Peru (US$ 251 milhões), Argentina (US$ 55 milhões) e Bolívia (US$ 4 milhões), além do Brasil. Os maiores déficits são de Venezuela (US$ 2,19 bilhões) e México (US$ 1,51 bilhão).

Ao longo dos seis anos analisados no estudo, o Brasil aumentou tanto o volume de exportação quanto o de importação de bens e serviços ligados à indústria criativa. Mas o grande responsável pelo resultado brasileiro são os serviços, cujo superávit saltou de US$ 477 milhões em 2002 para US$ 2,24 bilhões, em 2008.

No período analisado, o país foi sempre o que mais importou e mais exportou serviços da indústria criativa na América Latina, e registrou superávit todos os anos. O segmento que mais alavanca as exportações é o arquitetônico, que em 2008 respondeu por 88% das vendas (US$ 5,59 bilhões) e 71% das compras (US$ 2,92 bilhões).

Nos produtos o cenário é um pouco diferente. O Brasil tem grande participação nessa área, mas fica atrás do México – as exportações mexicanas alcançaram US$ 5,17 bilhões, e as brasileiras, US$ 1,2 bilhão. O país vizinho aos Estados Unidos, contudo, também importa mais (US$ 6,54 bilhões em 2008, contra US$ 1,72 bilhão do Brasil) e tem déficit maior. A balança comercial brasileira de produtos da indústria criativa vinha sendo positiva até 2007, mas ficou no vermelho em 2008 (déficit de US$ 506 milhões).

Carnaval:

O estudo da UNCTAD e do PNUD afirma que o Carnaval é um dos principais impulsionadores da indústria criativa no Brasil. O impacto se dá pela “produção direta de artigos e performances gravadas para a venda para a população local e aos turistas, e pelos efeitos indiretos dos gastos dos turistas cujas visitas foram estimuladas pelo Carnaval”.

A festa ajuda ainda a desenvolver as habilidades dos artistas locais, e impulsiona a venda de produtos e de negócios elaborados por conta da celebração. “O Carnaval oferece uma concentração de performances de música e dança ao vivo e gravadas que têm um significado cultural considerável para o público nacional e internacional”, destaca o relatório.

Uma pesquisa, mencionada no estudo, sobre a cadeia associada ao Carnaval no Rio de Janeiro aponta que a festa, com retorno anual estimado em US$ 600 milhões, emprega quase meio milhão de pessoas e tem impacto direto e indireto na economia, não apenas da cidade, mas do estado.

Outra contribuição para o aumento das exportações de bens e serviços criativos na América Latina foi a retomada da produção cinematográfica na região, particularmente em Argentina, Brasil e México. Porém, o relatório avalia que os filmes nacionais continuam lutando por um espaço na tela com os grandes sucessos estrangeiros. Raramente ficam entre os dez mais vistos nos países, e a participação deles no mercado fica bem atrás das produções internacionais.

A novela é outro produto que ajuda a impulsionar a economia criativa latino-americana. “Na produção televisiva, há casos de sucesso, como a Televisa, no México, e a TV Globo, que são os maiores exportadores de programas de televisão – em sua maioria, novelas – para mercados mundiais”, diz o texto.

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sábado, 8 de janeiro de 2011

CALENDÁRIO PIRELLI 2011

Pela primeira vez um estilista aceita o desafio de fotografar o calendário Pirelli. Sob o tema “Mithology”, Karl Lagerfeld recupera uma paixão antiga pela mitologia greco-romana e transporta-a para os seus retratos. “Tenho uma obsessão pela mitologia grega desde que li a "Ilíada", ainda pequeno”.

Fotografadas no seu estúdio de Paris, 24 das 36 imagens totais apresentam deuses e heróis imaginados por si.

Numa viagem ao passado, a civilização antiga (re)encontra-se com a modernidade, numa reflexão sobre a origem do homem e do Mundo, dos mitos e lendas das aventuras e desventuras das nossas raízes. Numa alusão às esculturas clássicas de outrora, estas fotografias chegam-nos quase “esculpidas” pela câmara de Karl.

Para além de ter criado alguns acessórios exclusivamente para esta 38ª edição, Lagerfeld contou com a presença não só de modelos internacionais como Daria Werbowy, Freja Beha Erichsen, Isabeli Fonatana ou Elisa Sednaoui, como com presenças masculinas - entre elas, o seu novo “muso inspirador” Baptiste Giabiconi. Um destaque para a atriz Julianne Moore, protagonista do calendário dando vida à deusa Hera, mulher de Zeus, o rei dos Deuses e do Olimpo. O estilista refere que todos foram convidados pelo próprio. Escolheu apenas amigos e amigas para esta experiência, quiçá para contrastar com a polêmica em volta de Terry Richardson, o fotógrafo de 2010. O ano passado, várias modelos acusaram-no de não as respeitar durante os trabalhos e de ter atitudes pouco corretas, especialmente nas sessões de nus. Terry respondeu no seu blogue que tais declarações eram falsas e que se sentia extremamente ofendido.

Como já vem sendo habitual, todas as fotografias centram-se na harmonia dos corpos nus. A novidade é que as vibrantes cores foram substituídas pelo preto e branco. Para Lagerfeld, elas representam o novo padrão de beleza.

Lançado em Moscou, no passado mês de Novembro, o calendário da marca Pirelli continua a registrar e imortalizar a beleza humana.

Arte, mãe de todas as culturas

FOTO: CLOPIN
Leonardo Brant

Se cultura é a regra, arte é a exceção, dizia o filósofo. Em 2003 houve uma reforma substancial no Ministério da Cultura. As chamadas secretarias finalísticas (Artes Cênicas, Música, Audiovisual, Livro e Leitura) foram substituídas por estruturantes (Políticas Culturais, Articulação, Fomento, Identidade, Cidadania Cultural).

Se por um lado o modelo ofereceu um olhar mais abrangente para o desafio da gestão pública de cultura, por outro confinou as artes (menos o Audiovisual, que além de secretaria específica tem a Ancine) a departamentos da Funarte, já sucateada, sem orçamento e capacidade operacional.

A sensação por parte dos artistas é de abandono. Àqueles inseridos no mercado, ampliou-se a insegurança dos novos tempos, novas mídias, pirataria, cultura livre, com uma campanha (aqui veementemente combatida) de esvaziamento do sistema de financiamento, cheio de problemas e defeitos, mas existente e efetivo para um número significativo de produtores e artistas.

Não escondo de ninguém minha (quase eufórica) satisfação com a postura republicana e o discurso da Ministra Ana de Hollanda que, diferente do Ministro anterior (que tem seus méritos, mas já vai tarde), compreende as dificuldades de quem vive da própria arte. E celebra a arte como item de primeira necessidade, indispensável à nossa formação individual e coletiva. Como projeto de desenvolvimento.

Uma arte livre, autônoma, incentivada mas não controlada pelo Estado, indispensável ao projeto de ascensão social (cultural?) dos novos consumidores que surgem quase que em projeção geométrica no Brasil.

Continuar não é repetir, diz Ana de Hollanda evocando Dilma Rouseff. Há uma tentativa inócua de instalar um clima de insegurança em relação ao discurso da nova ministra. O sudeste voltará a reinar? O mercado ganhará força em detrimento das culturas populares? A cultura digital será esquecida?

As conversas de bastidores que tive com Vitor Ortiz, Antonio Grassi, Mamberti, Henilton e tantos outros que celebravam a posse na noite de ontem, reforçam um compromiso que deve ir muito além do discurso, com ações efetivas para uma alteração real do eixo de desenvolvimento, voltado para as classes emergentes, mas sem inoportuno embate geográfico alimentado por Juca Ferreira.

Além de ser a maior vitrine e a alavanca para carreiras internacionais de artistas e criadores de todos os lugares do Brasil (e um dos maiores mercados do mundo, haja visto a enxurrada de espetáculos realizados em 2010 e programados para 2011), SP e RJ tem muito a oferecer para todas as regiões do país, em termos de produção e experiências de mercado.

As culturas populares precisam de mercado, sustentabilidade. É claro que precisam do Estado para reconhecer, valorizar, impulsionar, em alguns casos até para tutelar, de verdade, não com prêmios de R$ 10 mil e abandono permanente. Para isso é preciso um grande plano, que tire a cultura tradicional do lugar e problema e a valorize de fato, como solução para um país em pleno processo de crescimento econômico.

Economia da cultura, cultura digital, convergência, são palavras-chave no novo ministério. Acredito que as ações serão ampliadas e transformadas em plataforma política de Estado.

Ainda é cedo para dizer qual será a real capacidade de atuação do novo ministério. Sabemos que a estrutura é sucateada, há um sem-número de editais lançados (dentro da campanha #ficajuca) mas sem qualquer estrutura e orçamento; pontos de cultura por todo o Brasil sem receber há mais de um ano…

São milhares de problemas administrativos. O choque de gestão é prioridade. A nova ministra aposta na criatividade de sua equipe para resolver esses problemas: sem reclamar, culpar o outro. A ordem é tocar o barco pra frente.

A nós do Cultura e Mercado foi prometido o diálogo, que já foi respeitoso e aberto na época de Weffort (apesar de muito crítico), franco e colaborativo na época de Gilberto Gil, mas tornou-se truculento e ameaçador na era Juca Ferreira.

“É tempo de olhar para quem está criando”

A frase da ministra Ana de Hollanda em seu discurso de posse, para uma plateia repleta de artistas, ativistas, políticos e muitas autoridades, dá o tom do novo Ministério da Cultura.

A noite chuvosa de Brasília não conseguiu estragar a grande comemoração que marcou a despedida de Juca Ferreira do Ministério da Cultura e a estreia de Ana de Hollanda como a primeira mulher a ocupar o cargo de Ministra da Cultura do Brasil.

O cerimonial armado por Juca Ferreira exaltava a sua própria presença. A cena, no entanto, foi delicadamente roubada por uma figura aparentemente frágil, de fala suave, porém firme, delicada e, ao mesmo tempo, ousada – como ela própria se define. Ana de Hollanda impôs-se com seu discurso assertivo, direto, em defesa dos artistas e criadores de todo o Brasil.

Não se trata de um deslocamento de eixo de atuação do MinC, que voltaria a viver de e para os artistas, exclusivamente. O povo brasileiro continua sendo o beneficiário de todas as ações, mas com visão e sensibilidade para os criadores, artistas, construtores do campo simbólico – que nos define como povo e nação.

Diversidade finalmente reencontra sua irmã Criatividade. O pecado de viver do ofício da arte, com autonomia, sem dependência do balcão do Estado, encontra virtude ao lado da valorização do simbólico, dos saberes e fazeres em todos os cantos do país. Um saber que pertence ao povo, a cada um, e não ao governo.

Interessante a maneira como Ana de Hollanda eleva o MinC ao lugar mais estratégico que um governo poderia ter. Em vez de brigar por atenção, distinção, reconhecimento do próprio governo e da sociedade, Ana quer colaborar com os grandes desafios e metas do governo Dilma. Erradicar a miséria, qualificar as classes emergentes, estimular não só o consumo de eletrodomésticos, mas também de bens e ativos culturais. Exalta, pede apoio ao Vale Cultura.

Descentralizar, investir nos municípios, na construção da imagem do país no exterior: metas compartilhadas. A associação com as políticas de educação também recebe um novo tratamento, de contribuição com os desafios, qualificação dos processos, interlocução e mediação com a comunidade.

Pensar, fazer e escutar. Este será o novo estilo do MinC de Ana de Hollanda. E proclama: “não existe arte sem artistas”.

O antropólogo Roberto DaMatta é o convidado do Roda Viva dessa semana

Roberto Da Matta
Antropólogo
Nessa segunda-feira, dia 10 de janeiro de 2011, o Roda Viva recebe uma das pessoas que mais entende de Brasil, e isso há pelo menos 40 anos. O antropólogo Roberto DaMatta é o convidado do programa dessa semana. Com mais de uma dezena de livros publicados no país e no exterior é professor emérito da Universidade Notre Dame, nos Estados Unidos e da PUC do Rio de Janeiro. DaMatta já escreveu sobre índios, carnaval, futebol, mulher, comida e até jogo do bicho. Dentro desses assuntos e de muitos outros, ele tenta sintetizar o pensamento do brasileiro de ontem, hoje e de amanhã.
Participam como convidados entrevistadores:
Augusto Nunes, jornalista; Paulo Moreira Leite, jornalista; Carlos Marchi, jornalista e Consuelo Dieguez, repórter da Revista Piauí.
Apresentação: Marília Gabriela
Transmissão simultânea pela internet.
O Roda Viva é apresentado às segundas a partir das 22h00.
Você pode assistir on-line acessando o site no horário do programa.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

10 conselhos para quem pretende montar uma pequena loja virtual

Este conjunto de alertas dirige-se a quem deseja entrar no e-commerce sem que se aproveite de uma marca importante, que tenha restrição de capital e que admita que o bom uso desse canal de vendas implica no entendimento de suas regras de funcionamento e de processos específicos. São apenas dez regras essenciais para o bom desenvolvimento de pequenas lojas virtuais.

1. Reduzir investimentos iniciais e controlar riscos: pagamento por uso

O software de uma boa loja virtual é muito caro, difícil de ser mantido e, quando feito em casa, em geral é pobre em funcionalidades. Costuma também ser lento e sujeito a interrupções de funcionamento.

A maneira mais barata de ter uma loja virtual é alugá-la, pagando por visitante. Normalmente, há um valor inicial, perto de R$ 6.000,00, e uma mensalidade variável segundo o número de visitantes a menos de um piso mínimo.

Cabe ao dono da loja povoá-la com seus itens, estabelecer as políticas comerciais (preço, prazo, frete, meios de pagamento), manter a vitrine etc. Assim como no varejo tradicional, muitos clientes entram na loja, mas poucos compram. No comércio eletrônico, essa proporção é de 100 para 1, o que explica o custo baseado no número de visitantes.

Além da loja, podem-se compartilhar os demais custos logísticos e uso do sistema de back-office (sistema que controla o atendimento integral do pedido, inclusive o financeiro, o fiscal e o contábil) com outras lojas. Esse serviço está começando a ser oferecido no Brasil e é muito comum nos Estados Unidos.

Em síntese, o dono da loja seria responsável por aquilo que ele acha que possui: o talento comercial. As demais funções, em tese, podem ser terceirizadas.

2. Nem todo pedido incluído será faturado

Um dos erros muito comuns cometidos pelos iniciantes no e-commerce é não contar com instrumentos de detecção de fraude com cartão. As lojas alugadas ou o back-office oferecem esse serviço através do uso de softwares altamente especializados.

É útil lembrar que a operadora de cartão reembolsa o cliente em caso de fraude e cobrar a despesa da loja desprezar esse filtro é letal. O percentual médio de pedidos rejeitados por fraude gira em torno de 6%.

A análise de risco se assemelha muito à tradicional análise de crédito, porém com outros critérios por não depender do histórico de pagamentos e ser orientada para pessoas físicas. Um meio de pagamento mais seguro é o boleto, porém ele é usado em menos de 15% das vendas.

Não é somente a análise de risco que filtra os pedidos incluídos: cerca de 30% dos pedidos que não foram considerados como fraude são rejeitados por impossibilidade de pagamento. A cada 100 pedido incluídos, somente 64 pedidos são faturados.

3. O que vender sendo pequeno?

Uma regra básica é evitar a competição com grandes lojas, ou seja, vender categorias que eles não vendem ou, se vendem, não têm muita profundidade. Isso implica em trabalhar com especialidades e ter uma grande diversidade dentro dela.

Essa é a grande oportunidade para pequenas lojas. A dificuldade dos pequenos que se dedicam a nichos de mercado é que não contam com a infraestrutura logística e de controle para operar nesse novo canal. Nesse sentido, o compartilhamento de serviços é essencial.

Para simplificar a logística externa e pagar menos frete, devem ser evitados itens com peso acima de 30 kg e/ou volume acima de 0,1 m³.

Especialidades exigem especificação: a descrição técnica do item é fundamental para comunicar segurança ao cliente e demonstrar a seriedade da loja. Podemos citar como exemplos de especialidade as áreas de caça e pesca, material elétrico, material eletrônico, autopeças, ferramentas e materiais para marcenaria, equipamentos esportivos para esportes radicais etc.

4. Como ser conhecido?

A propaganda na internet é muito cara e pode ter resultados desastrosos se não acompanhada pela estabilização dos processos logísticos. Investir pouco e ter a prudência de estabilizar os processos logísticos é o caminho mais seguro.

No e-commerce, a melhor propaganda é a boa referência. Manter um bom atendimento é a melhor receita para o crescimento. Um cliente satisfeito induz outros a comprarem.

5. Para quem vender?

Inicialmente, deve-se restringir geograficamente o mercado. A internet tem acesso universal, porém a mercadoria vendida tem que ser entregue e, eis o problema: algumas vezes precisa ser coletada.

É importante frisar que a devolução é muito mais frequente no comércio eletrônico do que no varejo tradicional e tende a crescer com o aumento da consciência dos direitos do consumidor. Além disso, há mais problemas: qualidade da mercadoria (o lojista paga pelos erros de seu fornecedor), erros na especificação ou na foto da mercadoria induzindo o cliente a se enganar.

As devoluções e os cancelamentos devem ser previstos na formação de preço de venda.

É bom lembrar que o cliente do e-commerce está mudando já que a chamada classe C está aumentando a participação. Isso tem um significado muito forte em termos do perfil da oferta e da importância de informações ao cliente por meio de chat, telefone e e-mail para explicar como comprar, obter detalhes das especificações, etc.

O aumento da abrangência geográfica de mercado deve ser compatível com o aumento do volume de vendas de modo a diluir os custos da reversa. É importante estabelecer um valor mínimo para o pedido para que as despesas de transporte e financeiras não comprometam a margem.

6. Promessa é dívida!

Um dos segredos do e-commerce é cumprir os compromissos assumidos com o cliente quanto ao fechamento do pedido: prazo e entrega da mercadoria em bom estado. Isso parece simples, mas é onde quase todos tropeçam.

O índice de pontualidade de entrega dos líderes de mercado é de 95%, e as devoluções chegam a 3,4% das vendas realizadas.

Para cumprir as promessas, deve-se evitar vender antes de comprar e não vender mais do que o estoque disponível. Para isso, é necessário segregar estoque disponível para a venda não presencial – recomendação dirigida a quem compartilha o estoque com a venda presencial.

7. Processos internos seguros: uma obrigação!

O cliente do varejo tradicional pega fisicamente a mercadoria, leva-a até o caixa, embala e realiza o transporte. No e-commerce, ele compra baseado numa foto e na crença da existência de estoque. Após a finalização da compra e do pagamento, a "pegada" da mercadoria, a conferência, a embalagem e o despacho são realizados pela equipe interna do lojista.

Os pressupostos básicos para o sucesso dessa operação são: a coerência entre a informação de estoque e o estoque físico, a facilidade de acesso à mercadoria, a rigorosa conferência da mercadoria com o pedido quando da embalagem, a correta identificação do volume com dados necessários à transportadora e a formação de carga com emissão de romaneio para conferência do carregamento.

Todas essas atividades, obrigatoriamente, têm que serem feitas num prazo preestabelecido e com exatidão. Elas constituem o principal entrave organizacional das pequenas lojas. A desatenção ao processo físico de atendimento condena o esforço de vendas.

8. Se a transportadora atrasou, a loja falhou

O prazo de entrega é composto do prazo de atendimento físico somado ao tempo de trânsito da transportadora. Como se nota, o maior dos prazos depende do desempenho da transportadora.

Tão importante quanto ter processos seguros é contratar transportadoras confiáveis e controlar seu desempenho. Para tanto, é necessário conhecer o tempo de trânsito de cada transportadora para cada região de destino, controlar a data de transferência da mercadoria para a transportadora e a data em que a entrega foi realizada.

9. Trabalhar a ansiedade do cliente: rastreabilidade

Os clientes apreciam acompanhar o atendimento de seus pedidos. Para isso, é importante que o lojista tenha condições de responder o estágio em que se encontram cada um dos pedidos a atender, estejam eles em atendimento físico ou em poder da transportadora.

No mínimo, as seguintes informações são necessárias: recebimento do pedido, aprovação do pagamento, entrega à transportadora e conclusão da entrega.

10. O tratamento das exceções sinaliza a seriedade da loja: SAC

É imprescindível conhecer a Lei de Defesa do Consumidor. Ela baliza toda a política de atendimento ao cliente. Nela constam direitos associados à venda não presencial: aceitar devolução até 7 dias da entrega sem questionar o motivo, aceitar devolução por defeito até 30 dias da entrega e até mesmo arcar com as despesas de coleta em caso de devolução.

Os operadores de SAC devem ser capazes de manter o cliente informado sobre o processo de atendimento, terem agilidade nos processos de devolução e cancelamento de venda, estarem atentos a críticas e registrá-las, liberar crédito e/ou pedido de troca somente após a chegada da devolução.

Fonte: Portal iMasters

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Novo ministro da Justiça apoia discussão sobre descriminalização do uso de drogas

Gilberto Costa/Da Agência Brasil/Em Brasília

O novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, é a favor de que haja uma discussão pública sobre a descriminalização do uso de drogas. Para ele, o assunto “precisa ser colocado para a sociedade”. O ministro fez a declaração na manhã de hoje (5), durante a gravação do programa "3 a 1", da TV Brasil, que vai ao ar às 22h desta quarta-feira.

Cardozo não antecipou sua opinião, se contra ou a favor da descriminalização, mas ponderou que “posições muito vanguardistas são desastrosas”. Após o programa, o ministro disse à Agência Brasil que a discussão pode evoluir para uma consulta, por meio de plebiscito ou de referendo. Com a posse de Dilma Rousseff, a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) foi transferida para o Ministro da Justiça.

O ministro também é mais um a fazer coro a favor de reformas nas legislação processual. Ele defendeu, durante a gravação programa, a redução da possibilidade de recursos e que a tramitação de papéis seja totalmente informatizada e que o acesso à Justiça seja mais barato e democrático.

Além de mudança na lei, Cardozo avalia que o problema é “do sistema”, “de cultura” e “não dos juízes”. Ele informou que pretende mudar o nome da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça para “Secretaria do Judiciário” ou “Secretaria de Assuntos Judiciários”.

O ministro da Justiça ainda se posicionou a favor do projeto de lei nº 7.376/2010, que cria a Comissão Nacional da Verdade para apurar crimes contra os direitos humanos (sequestro, tortura, estupro e assassinato) praticados por militares e policiais durante a ditadura militar (1964-1985).

O projeto de lei é uma herança do governo Lula e aguarda tramitação na Câmara dos Deputados desde maio de 2010. A proposta provocou uma indisposição entre as pastas de Defesa e de Direitos Humanos no governo passado. “Reparação da verdade é fundamental”, disse, ao apontar que se houver divergência interna no governo quem decide é a presidente Dilma Rousseff.

Na opinião de Cardozo, a condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA) - por causa da violação de direitos fundamentais de 62 pessoas desaparecidas durante a Guerrilha do Araguaia (ocorrida no início dos anos 1970) e por não prestar esclarecimentos aos parentes sobre o paradeiro dos corpos dessas pessoas -, poderá fazer com que seja revista a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou os crimes perdoados pela Lei de Anistia de 1979.

“Como isso vai se desdobrar não cabe a mim antecipar”, afirmou, com cautela, ao ressaltar que a sua opinião era uma “interpretação jurídica” e não um questionamento de decisão do STF. Ainda sobre a ditadura militar, o ministro se posicionou favoravelmente ao “acesso garantido, conforme a lei” aos arquivos sobre o período.

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Vivendo a Bahia

Salvador ecos da África ancestral
Ilê Aiyê do amor, da beleza e da paz
Ao contrário do carnaval do Rio de Janeiro, o de Salvador tem um forte componente negro com os "blocos afro", bandas de atabaques que tocam uma música poderosa e envolvente e que traz ecos da África ancestral.
Negra Jhô desfilando no trio do Olodum
Banda do Cortejo Afro
Bloco do Malê de Balê

Mas a cultura negra, longe de se restringir à música, é sentida em cada esquina da cidade, em detalhes como as densas fumaças que impregnam as ruas do cheiro intenso de óleo de dendê no qual se frita o acarajé, comida originária dos escravos e libertos.

Estes bolinhos de mandioca empanados, recheados com camarões e verduras picantes, constituem um dos pratos típicos da Bahia e são preparados em qualquer barraquinha, onde ficam as baianas, as cozinheiras que se vestem com suas características roupas brancas e chamativas, figurino coroado com um ojá, uma espécie de turbante, as famosas baianas do acarajé.

O Memorial das Baianas, que fica no coração do Pelourinho, bairro histórico que serviu durante séculos como mercado de escravos, é um local que conta um pouco sobre a história e cultura de uma dos cartões-postais mais famosos de Salvador: as baianas de acarajé. Lá você pode encontrar todos os adereços usados pelas baianas, bem como os ingredientes para o famoso acarajé, vatapá e etc. E ainda estão expostos quadros e outros objetos de arte relacionado à pratica dessas mulheres que ganham a vida vendendo uma das iguarias mais conhecidas da Bahia.

Crianças brincam no terreiro do Gantois

Na época proibida, os fiéis do candomblé se viam obrigados a dissimular seus ritos em um tipo de sincretismo, no qual disfarçavam os orixás com a imagem dos santos católicos.

Agora, apesar de ainda utilizarem um par de igrejas para seus ritos, podem se expressar em liberdade em seus cerca de 2.000 terreiros, espalhados por toda a cidade.
Os cultos do candomblé não contam com a regularidade semanal dos cristãos, mas são realizadas festas e obrigações para cada um dos orixás durante o ano, de acordo com o calendário de cada terreiro.

Nas noites das festas, os terreiros ficam cheios de fiéis e alguns visitantes, que são recebidos com hospitalidade, mostra do povo da Bahia.

Os fiéis, vestidos com os símbolos dos orixás, se transfiguram nos próprios e dançam ao ritmo da música envolvente dos tambores.
A África também está presente na arte, que exibe sua máxima expressão no Museu Afro-Brasileiro, também situado no Pelourinho. Nele são exibidas peças da cultura de origem ou inspiração africana representativas da vida cotidiana, da tecnologia, de crenças e da tradição oral dos povos ancestrais do continente negro.
São esculturas, máscaras, tecidos, cerâmicas, enfeites, instrumentos musicais e jogos procedentes de diversos povos africanos e também dos negros estabelecidos no Brasil. No Museu se lembra o constante tráfico de escravos da África até a costa brasileira.
As primeiras notícias de escravos africanos chegados à então colônia portuguesa datam de 1550, apenas meio século depois da chegada da primeira expedição do explorador Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil.
Igreja de São Francisco, um dos maiores expoentes do barroco português no Brasil

A herança africana não fica por aí, atravessa religiões e se manifesta até na igreja de São Francisco, uma das que mais recebe turistas em Salvador e um dos maiores expoentes do barroco português no Brasil.

Este templo católico, cujas paredes internas são totalmente cobertas por baixos-relevos e arabescos com motivos religiosos, esconde a mão dos escravos, que foram os encarregados de talhar cada uma das esculturas.

Os negros deixaram sua marca em um par de máscaras sorridentes, que aparecem talhadas nas duas esquinas nas quais começa a abóbada central.

Essas máscaras não têm relação nenhuma com a iconografia cristã e, segundo os historiadores, foram feitas pelos africanos, que deixaram o selo de seus cultos na igreja das classes altas da Bahia.

Alguns sustentam que os escravos também foram responsáveis por escolher a forma na qual talharam muitas esculturas da igreja. As figuras femininas de curvas generosas e corpos e seios volumosos, e os anjinhos corpulentos lembram mais a compleição física dos negros que a dos brancos, o que alguns veem como uma pequena e velada vingança contra os senhores portugueses em resposta aos três séculos de opressão.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ainda se consome mais eletrodomésticos do que cultura, diz ministra Ana de Hollanda

Fábio Brandt
Do UOL Notícias
Em Brasília

A nova ministra da Cultura, Ana de Hollanda, disse ontem (3), que “é preciso ampliar a capacidade de consumo cultural” dos brasileiros que estão ascendendo socialmente. Segundo ela, até o momento, “essas pessoas têm consumido mais eletrodomésticos e menos cultura”. Irmã de Chico Buarque, Ana assumiu o Ministério em cerimônia realizada no início da noite.

Apesar da crítica, a ministra destacou que a gestão da cultura no governo Lula deixa um “legado positivo, de avanços democráticos”. Para ela, a marca do governo recém terminado foi criar políticas culturais para segmentos sociais até então desconsiderados”.

Ana disse também que vai dar continuidade a projetos como os pontos de cultura e assegurou que a pasta vai participar de ações previstas no PAC 2, como obras em cidades históricas, equipamentos de lazer e bibliotecas. “A solução é continuar a grande obra do presidente Lula”, disse a ministra, para logo em seguida advertir, “mas [a presidente Dilma] nunca deixou de dizer com todas as letras que continuar não é repetir, continuar é avançar num processo construtivo”.

Ela ainda citou Dilma uma outra vez, quando lembrou que o Ministério é comandado por uma mulher pela primeira vez, assim como a Presidência.

O ex-ministro Juca Ferreira (PV), que passou o cargo para Ana de Hollanda, também discursou na cerimônia. Assim como a sucessora, indicou que a política cultural no país mudou na era Lula.

Para Ferreira, “no governo lula a cultura passou a ser tratada como necessidade primeira, como comida, saúde”. “Fizemos de um ministério inexpressivo herdado dos governos anteriores um instrumento poderoso para artistas, produtores culturais”, afirmou.

Platéia

Entre os presentes, artistas, deputados, senadores, familiares da nova ministra e representantes de diversas embaixadas, incluindo a da Itália – cujas relações com o Brasil ficaram tensas por causa do asilo concedido a Cesare Battisti no último dia do governo Lula, 31 de dezembro.

Chico Buarque, o irmão ilustre, não compareceu. Após o fim do evento, Ana de Hollanda explicou que ele não costuma sair muito de casa. “É público e notório”, disse.

Diferentemente das cerimônias de transmissão de cargo da maioria dos ministérios, a da Cultura ocorreu fora da sede da pasta – no Museu Nacional de Brasília. Além disso, o início da cerimônia foi precedido por apresentação de grupo de dança típico do norte do país e por uma mini-apresentação de escola de samba, cuja entrada foi acompanhada pelo senador Eduardo Suplicy, dançando ao lado das rainhas de bateria.

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Suplicy cai no Samba na posse da ministra Ana de Hollanda

A nova ministra da Cultura, Ana de Hollanda, assumiu ontem (3) a pasta, na cerimônia de posse mais animada da Esplanada dos Ministérios. Diferentemente das cerimônias de transmissão de cargo da maioria dos ministérios, a da Cultura ocorreu fora da sede da pasta – no Museu Nacional de Brasília. O início da cerimônia foi precedido por apresentação de grupo de dança típico do norte do país e por uma mini-apresentação de escola de samba, cuja entrada foi acompanhada pelo senador Eduardo Suplicy, dançando ao lado das rainhas de bateria.

Ensaios de grupos como Olodum e Timbalada agitam pré-Carnaval baiano; veja datas e preços

A banda Olodum em um dos ensaios pré-Carnaval 2011, a chamada Terça da Benção

À espera do Carnaval, milhares de baianos e turistas aproveitam os ensaios organizados todas as semanas pelos principais blocos e trios da Bahia para decorar as músicas, treinar as coreografias, badalar e ter um contato mais próximo com os seus ídolos -- normalmente as festas são localizadas em espaços pequenos, sem a confusão dos desfiles de rua que caracterizam a folia na capital baiana.

Apesar de o nome sugerir algo improvisado, os ensaios das bandas baianas já se tornaram tradicionais, com shows bem estruturados e a presença de cantores convidados. Uma das festas mais disputadas deste verão musical, que será mais longo do que o do ano passado -- o Carnaval só começa em março --, são os ensaios da Timbalada, que reúnem milhares de fãs no Museu du Ritmo. Os ingressos custam entre R$ 75 (pista) e R$ 150 (camarote) e esgotam rapidamente na sede do bloco. “No ano passado, deixei para comprar na hora e não encontrei nem na mão de cambistas. Este ano vou para a fila comprar”, diz a publicitária Lívia Santos.
Para o primeiro ensaio do ano, no próximo domingo dia 9, a banda -- que completa 20 anos de fundação -- pede para os foliões virem de branco como forma de atrair boas energias. “Essa é uma festa especial e preparamos tudo com muita dedicação”, conta Denny, vocalista da Timbalada. O grupo aproveita a festa para lançar sua música de Carnaval, "Adão e Eva". No último dia 19 de dezembro, a cantora Claudia Leitte fez uma participação especial no ensaio do grupo.
Outra festa disputada, o Sarau do Brown acontece quinzenalmente a partir do próximo dia 16. Comandado pelo cantor e compositor Carlinhos Brown, o ensaio conta com uma série de manifestações artísticas, entre elas apresentação de malabares, dança, desfile de moda e exposições. Como ponto alto do evento estão também as participações especiais -- Caetano Veloso, Lenine, Marisa Monte e Arnaldo Antunes já deram uma “canja” em edições anteriores.
No coração do Pelourinho, centro histórico de Salvador, a banda Olodum realiza seus tradicionais ensaios na chamada Terça-Feira da Bênção, na praça Teresa Batista. Este ano os ensaios são temáticos: o primeiro foi uma homenagem ao brega, no final do ano passado, com a presença do cantor Falcão, enquanto nesta terça (4) é dia de homenagem ao reggae. Ainda estão previstos noites temáticas do rock e da diva -- esta última contará com a participação de Margareth Menezes. Todos os domingos de janeiro ocorrem ainda os ensaios da percussão da banda, na praça Pedro Archanjo.
Estreante no Carnaval baiano, o grupo LevaNóiz promete ser a revelação do verão. Com a música “Liga da Justiça” cantada pelas estrelas da axé music Claudia Leitte e Ivete Sangalo, o LevaNóiz cresceu no cenário local e realiza ensaio às sextas-feiras, na boate Madrre, puxado pelo vocalista André Ramon.
Às quintas-feiras, a banda Psirico faz shows no Bahia Café Hall, tendo à frente o cantor e compositor Marcio Vitor. No mesmo dia, o cantor Luis Caldas, um dos pais da axé music, realiza as Noites de Magia, na boate Madrre, cantando os seus grandes sucessos.
Atraindo a cada ensaio cerca de 8 mil pessoas em plena segunda-feira, o Harmonia do Samba se tornou um fenômeno no verão baiano, com um público cativo que comparece no evento intitulado “A melhor segunda-feira do mundo”.
Principal atração turística da Bahia, o Pelourinho recebe durante janeiro o projeto Terça do Afoxé, no Largo Quincas Berro d’Água. Os ensaios acontecem dias 11, 18 e 25, a partir das 19h, e são realizados por meio do programa Pelourinho Cultural. Segundo o governo, o projeto tem como objetivo reafirmar a identidade de um movimento que foi deixado para trás por conta de preconceitos e retaliações, mas que resistiu e hoje é reconhecido como patrimônio imaterial da Bahia.

Ensaio da Timbalada
Quando: 9/1 às 19h (abertura de portões às 17h30)
Onde: Museu du Ritmo (antigo Mercado do Ouro, Comércio)
Quanto: R$ 70 (pista) e R$ 150 (camarote). Ingressos à venda na sede da Timbalada (Alameda Beneveto, 114, Pituba)
Informações: www.timbalada.com
Ensaio do Levanóiz
Quando: todas as sextas-feiras até o Carnaval a partir das 22h
Onde: Boate Madrre (Jardim dos Namorados, orla)
Quanto: R$ 20 (pista) e R$ 40 (camarote)
Informações: 0/xx/71 3346-0012
Sarau du Brown
Quando: quinzenalmente, a partir do dia 16/1, até o Carnaval, às 19h (abertura de portões às17h30)
Onde: Museu du Ritmo (antigo Mercado do Ouro, Comércio)
Quanto: R$ 70 (pista) e R$ 150 (camarote)
Informações: 0/xx/71 4003-1212
Ensaio do Olodum
Quando: todas as terças-feiras às 19h
Onde: Praça Teresa Batista, Pelourinho
Quanto: R$ 80
Informações: www.olodum.uol.com.br
Encontro da Percussão do Olodum
Quando: domingos dias 9, 16, 23 e 30 de janeiro às 18h
Onde: largo Pedro Archanjo, Pelourinho
Quanto: R$ 30
Ensaio do Psirico
Quando: quintas-feiras às 20h
Onde: Bahia Café Hall (avenida Luís Viana Filho)
Quanto: R$ 25 (mulher), R$ 30 (homem), R$ 60 (camarote)
Informações: 0/xx/71 2107-5555
*Preços sujeitos a alterações. Confirme antes de fazer a programação.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

COMER, REZAR, AMAR: TRÊS VERBOS PARA SE ENCONTRAR A SI MESMO

Há pessoas que o entendem como um livro de “auto-ajuda”. Não é. Mas e se fosse? Desde quando um livro de auto-ajuda não pode ser bom? Seja pela experiência profissional, pessoal ou pelo trabalho de pesquisa do autor, existem diversos livros que nos apóiam na reflexão de questões importantes. Nem somente de Shakespeare vive o leitor.

Comer, Rezar, Amar (Eat, Pray, Love, EUA, 2010) é um filme baseado no livro homônimo da jornalista americana Elizabeth Gilbert. A estória é verídica e se passa em três países, pelos quais a escritora faz uma jornada a fim de se encontrar a si mesma.

Eu sou bem democrática em relação à leitura, segundo alguns critérios, obviamente. Confesso que, à primeira vista, o livro “Comer, Rezar, Amar” não me agradou. Talvez fosse o título, direto demais. Porque há pessoas que precisam que o título seja mais intrigante, tenha algo de misterioso, ao estilo Agatha Christie. Eu sou uma dessas pessoas.

É claro que é uma questão muito pessoal, mas eu – que tinha acabado de sair de um relacionamento – não estava interessada em ler um livro que me mandava fazer as três coisas que eu queria evitar.

Então, algum tempo depois, fui ver o filme. Com aqueles mesmos três verbos que prometiam dar-nos a luz para o autoconhecimento. Fomos ao cinema em um grupo de quatro mulheres. Todas solteiras, felizes e querendo comprar alguma passagem para um lugar bem distante daqui. É claro que o filme deu certo conosco. E muito. Não somente pela identificação com a personagem de Julia Roberts, mas pela identificação com a liberdade de comer horrores na Itália sem nos preocuparmos com o ponteiro da balança no dia seguinte. O filme era exatamente tudo o que queríamos. Largar nossa vida e cair no mundo – de boca – em outras culturas, com a desculpa de que precisávamos achar nosso verdadeiro “eu” e toda aquela conversa típica de divã ao custo de 150 a sessão.

Depois de assistir ao filme, apesar do terrível português de Javier Bardem – que interpreta um brasileiro, atual marido de Elizabeth Gilbert – fiquei intrigada acerca do livro. Pela minha experiência tive certeza de que a versão cinematográfica escondia tesouros importantes da estória.

Pois bem, li o livro. E ele consegue ser extraordinariamente encorajador e inspirador. Elizabeth Gilbert é, de fato, uma mulher forte que abriu mão de uma situação estável e conveniente para buscar o que realmente a deixava feliz. E, em um mundo no qual o comodismo e o contentamento são colossais, o livro, no mínimo, nos deixa inquietos.

O que a maioria de nós, certamente, faria – ao descobrir um descontentamento com nossa vida – seria entender isso como uma crise existencial. Choraríamos, faríamos terapia e continuaríamos na mesma. Mas Liz agiu diferente. Estava infeliz, queria mudar. Não queria o convencional – o que todas as mulheres de 36 anos desejam, ou deveriam desejar: filhos, uma casa com jardim e colchas feitas à mão, uma sopa reconfortante que borbulha no fogão – como a própria autora descreve. Não. Seus sonhos eram outros naquele momento. Mas como dizer tal coisa para o marido e amigos? “A única coisa mais inconcebível que ir embora, era ficar”. E assim, Liz Gilbert foi-se.

O roteiro, de uma forma genérica, é bem leal ao livro. Sua jornada começa na Itália, onde Liz rende-se aos prazeres culinários sem culpa. Mais tarde vai à Índia procurar por alguma espiritualidade e paz interior. Sua viagem termina na Indonésia, onde encontra Felipe, o homem que conquistaria seu coração para sempre.

O livro virou best-seller e o filme foi elogiadíssimo pela crítica e consagra, novamente, Julia Roberts como uma da melhores atrizes de todos os tempos. Com a direção de Ryan Murphy (diretor das séries de TV “Nip/Tuck” e “Glee”), o longa traz no elenco os atores James Franco, Billy Crudup, Viola Davis e o charmoso Javier Bardem. A fotografia é espetacular e a trilha sonora é impecável, com músicas de Neil Young, Eddie Vedder, além da sonoridade brasileira de Bebel Gilberto.

Se deixarmos o preconceito de lado, podemos curtir um bom livro e um bom filme. É uma estória inspiradora, a qual permite questionarmos, de maneira particular, nossa própria zona de conforto e até onde iríamos se realmente tivéssemos coragem. As circunstâncias de Liz foram essas, mas existem muitas outras diferentes que têm o potencial de fazer-nos ficar na mesma posição da jornalista.

Responsável por um dos três projetos brasileiros finalistas do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2010 é do Rio de Janeiro: Siddharta Dias

por: Tatiana Serra

Ele é um sonhador (que faz dos seus sonhos realidade) e aposta na tecnologia como estruturante do pensar ao agir, dando autoria aos alunos e fazendo com que os educadores acompanhem todo o processo de construção do conhecimento. Para o professor Siddharta Dias de Almeida, isso, sim, é inovação!

Licenciado em Matemática e mestre em Educação com ênfase em Tecnologia Educacional, aos 49 anos de idade e 18 de magistério, Siddharta está realizando mais um sonho: o projeto Ecologia em Foco, fruto do trabalho de alunos e professores do Colégio Pedro II do Humaitá (Rio de Janeiro), concorrerá à final mundial do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2010, a ser realizada na Cidade do Cabo, África do Sul, em outubro. O projeto foi vencedor da etapa brasileira e ficou em 3º lugar na etapa latina. A competição reconhece os educadores que utilizam a tecnologia em sala de aula para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem em sua escola. Os outros dois projetos brasileiros participantes são: Escola na Nuvem, da E. E. E. F. M. Prof. Francisco Coelho Ávila Júnior, de Cachoeiro de Itapemirim–ES; e Campo Sustentável, do Centro Estadual Integrado de Educação Rural Vila Pavão, de Vila Pavão – ES.

Acompanhe a entrevista e saiba um pouco mais sobre Siddharta Dias e sobre o projeto Ecologia em Foco.

Revista Educação Pública: Por que você escolheu essa área de atuação? Quais são seus principais objetivos?

Siddharta Dias: Desde garoto já havia escolhido fazer faculdade de Matemática. Na época do vestibular, tinha dúvida se seguiria a habilitação Licenciatura ou Informática. Decidi pela Licenciatura, pois já tinha um curso técnico de Informática. A minha felicidade foi quando me formei e me deparei com o surgimento da Informática Educativa: unia as minhas duas paixões! Hoje continuo um sonhador. Acredito muito na educação e creio que o avanço tecnológico pode atualizar nossa prática pedagógica, pode transformar a escola em um lugar dinâmico onde se aprende com prazer.

Revista Educação Pública: Quando e como surgiu o projeto Ecologia em Foco?

Siddharta Dias: Em 2007, apresentamos à direção do Colégio Pedro II uma proposta de inserir a linguagem audiovisual no processo ensino-aprendizagem. A ideia foi bem aceita e resolvemos iniciar com o 7º ano. Fizemos uma reunião com todo o corpo docente e resolvemos que Ciências e Geografia seriam as disciplinas que lançariam a temática dos filmes e orientariam a pesquisa; Português ficou responsável pelo roteiro; Desenho e Artes, pela confecção do cenário; nós, da Informática Educativa, acompanhamos todo o processo de criação, a produção das fotos e a edição dos vídeos. O resultado pedagógico foi maravilhoso. O processo de criação dos filmes é baseado em uma proposta cooperativa. Um filme só se realiza se cada um faz a sua parte. E quando eles fazem algo que os motiva, o resultado é uma aprendizagem significativa e prazerosa. Para ilustrar, transcrevo dois depoimentos retirados do blog do projeto futurosanimadores.blogspot.com, de alunos que se tornaram animadores.

A pergunta foi: “Aprender fazendo filme é diferente? Por quê?”. Sandra–806 disse: “Sim. Você passa a interagir mais com as pessoas e a matéria. A relação professor-aluno passa a ser melhor. A matéria fica mais divertida. Pois você não vai ficar ali quase dormindo tentando observar e aprender”. Antonio V. Soares-804 disse: “Sim. Pois com um filme é mais divertido e prazeroso o aprendizado. O filme é uma forma inovadora e que foge ao padrão, e esse tipo de coisa que foge da forma tradicional é normalmente bem aceita pela maioria dos alunos”.

Revista Educação Pública: Fale um pouco sobre o que é o projeto e quem são os participantes.

Siddharta Dias: É um projeto interdisciplinar desenvolvido por alunos do 7° ano do Colégio Pedro II, unidade Humaitá. Focado na linguagem audiovisual, o trabalho consiste na criação de filmes de animação sobre Ecologia Urbana, tema desenvolvido nas disciplinas Ciências e Geografia e abordado também em Português, Artes, Desenho e Informática Educativa. Os filmes foram criados em stop motion, técnica de animação na qual o animador trabalha fotografando objetos, quadro a quadro, e a edição é feita no movie maker. Fazer um filme com caráter pedagógico se dá em dois momentos: o da produção e o da exibição. O momento mais rico, em termos pedagógicos, é a criação. No Colégio Pedro II, essa produção envolveu todos os alunos das seis turmas do 7º ano, orientados por quase todos os professores da série, pela coordenação e pela direção, além da colaboração dos inspetores dos andares. Foi um trabalho em que os corpos discente e docente se envolveram. A produção dos filmes aconteceu simultaneamente em diversos locais. Enquanto uma turma criava os cenários na aula de Artes, outra turma estava fotografando ou editando na aula de Informática. Se alguém chegasse nesse momento, se encantaria com o tremendo caos pedagógico em que o colégio se transformou. Caos no sentido de imprevisibilidade do processo. Alunos espalhados em diversas salas, transitando pelos corredores, totalmente envolvidos na produção de seu filme. Cada grupo era responsável por seu trabalho, por sua aprendizagem. A exibição também tem seu cunho pedagógico. Não se resume apenas a uma mostra de trabalho aos pais. É o momento de observar a diversidade de ideias, as diferentes formas pelas quais um tema pode ser enfocado, principalmente quando essa produção envolve a linguagem audiovisual. Esse trabalho foi realizado com o 7º ano, mas poderia ser feito com qualquer série do Ensino Fundamental. É um projeto de fácil execução técnica e operacional, que favorece a participação de toda a comunidade escolar.

Revista Educação Pública: Para os participantes do projeto e para você, pessoalmente, o que significa participar e ser premiado num evento como esse?

Siddharta Dias: A participação em um evento como esse é uma possibilidade de mostrar a nossa prática pedagógica para diversas pessoas que são referência em educação. Na medida em que você expõe, você é questionado, o que se transforma em um momento de reflexões de nossa proposta, de nossa teoria. É um momento também de conhecer outras propostas, outras abordagens da tecnologia na educação. A premiação é o reconhecimento de uma crença educacional, de que podemos fazer da escola um lugar onde se aprende, mas de forma dinâmica, contextualizada e, principalmente, prazerosa.

Revista Educação Pública: Que outros projetos de sua carreira você destacaria?

Siddharta Dias: Outro projeto que gostei muito de fazer foi a criação de rádios online, transformando alunos em comunicadores, em radialistas. Esse projeto foi desenvolvido no Colégio de São Bento, no Colégio Estadual Souza Aguiar e no CIEP Agostinho Neto.

Revista Educação Pública: Como seu interesse e seu engajamento na área de tecnologia têm influenciado seus alunos?

Siddharta Dias: Meu trabalho é possibilitar que as escolas atualizem a sua prática pedagógica. Lidamos com nativos digitais que têm uma forma própria de aprender e de se comunicar. O que tenho feito é pesquisar como fazer uma educação atual que atenda às necessidades dessa geração. Isso tem influenciado os alunos de diversas formas, por exemplo, meus alunos não fazem mais apresentações em Power Point ou similar; fazem vídeos.

Revista Educação Pública: Você utiliza mecanismos tecnológicos como ferramenta de trabalho em sala de aula? Quais e de que forma?

Siddharta Dias:Como professor de Informática Educativa, prefiro dizer que procuro realizar projetos educacionais que utilizam os recursos tecnológicos ao invés de usar ferramentas em aulas. A diferença está no fazer pedagógico. Ferramentas são apenas suportes, com proposta limitada. Na pedagogia de projeto, a tecnologia não entra como uma atividade; ela é estruturante do pensar ao agir.

Revista Educação Pública: O mercado de tecnologia está só de “burburinhos”, pois Alexandre Dias acaba de sair da direção geral do Google no Brasil para assumir a presidência da rede de ensino Anhanguera Educacional (de São Paulo). Para ele, trata-se de uma chance de trabalhar num mercado que cresce muito no Brasil e deve passar uma revolução nos próximos anos. Ele quer usar sua experiência para mudar a maneira como se trata educação no País. Sobre a relação Educação e Tecnologia, o que você considera inovador para a Educação e como você acha que será o futuro desta relação?

Siddharta Dias: Se fizermos um pouco de memória na História da Educação, veremos que o rádio, a televisão e todos os outros “recursos” não trouxeram novas possibilidades educacionais. O computador traz uma novidade: permite que os alunos assumam uma postura de autoria e que nós, educadores, acompanhemos todo o processo de construção do conhecimento. Isso é inovação. Quanto ao futuro, ninguém consegue pensar o mundo sem celular, sem internet, sem a linguagem digital. Cabe à escola manter-se atualizada em sua proposta e sua prática. E para formar cidadãos para a sociedade atual, essa relação Tecnologia e Educação tem que estar cada vez mais afinada.

Link: Saiba mais sobre o Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2010.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Você tem o dom de escutar? – Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar.

Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.

Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem.

Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos.

É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. “Falo como se você não tivesse falado”.

Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou”. Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou”. E assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia e que de tão linda nos faz chorar.

Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

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Ana de Hollanda será a nova Ministra da Cultura do Brasil

Artista, ativista, gestora pública de cultura com longa carreira, compromisso e realizações consolidadas na área, Ana de Hollanda assumirá um Ministério da Cultura maior e mais reconhecido pela sociedade (Gilberto Gil), porém muito mais problemático, pautado por disputas, entraves, inseguranças jurídicas, ideologismos, perseguições e disputas de poder (Juca Ferreira). Alguém que sabe onde dói o calo dos artistas, produtores e gestores culturais. E deverá reencaminhar a discussão de temas polêmicos como direito autoral e financiamento à cultura.

Filha de Maria Amélia e Sérgio Buarque de Hollanda, irmã de Chico, Miucha e Cristina, está intimamente ligada às “Raízes do Brasil”. Nasceu em São Paulo em 12 de agosto de 1948. É cantora, compositora e gestora cultural reconhecida no país por sua atuação em diversos órgãos públicos, entre estes a Funarte e o MIS (Museu da Imagem e do Som) do Rio de Janeiro.

Como gestora na área pública, esteve a frente do Setor de Música e de vários projetos nacionais e internacionais no Centro Cultural São Paulo, da Secretaria de Cultura da capital paulista, nos anos 80.

Foi secretária de cultura de Osasco/SP entre 1986 e 1988. Em âmbito nacional, foi diretora da Funarte entre 2003 e 2007, tendo sido responsável pelas políticas e atividades da área no Ministério da Cultura. Foi nesta função que reativou o consagrado Projeto Pixinguinha, levando-o a todos os estados e regiões do país. Também conduziu o Projeto Orquestras, o Projeto de Circulação de Música de Concerto, o projeto Concertos Didáticos, o Programa Nacional de Bandas, o projeto Painéis de Bandas de Música, o Pauta Funarte de Música Brasileira e a XV e XVI Bienais de Música Brasileira Contemporânea, no Rio.

Também na Funarte coordenou o processo de criação da Câmara Setorial de Música e apoiou diversos festivais, feiras, encontros e mostras de música em todas as regiões brasileiras e organizou a caravana do Projeto Pixinguinha para o Ano do Brasil na França, em 2006.

Desde 2007, é vice-Presidente do Museu da Imagem e do Som, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

Carreira artística

Ana de Hollanda também seguiu a carreira artística, que corre nas veias da família. Como cantora e compositora profissional, ela tem quatro discos e interpretações em diversas obras coletivas, além de várias obras suas gravadas por outras cantoras.

Já se apresentou em todos os estados brasileiros e em diversos países (França, Cuba, Uruguai e Angola). Como atriz, atuou em vários espetáculos no Brasil e em Cuba.

Entre 2001 e 2003, a partir de sua ideia original, trabalhou na produção executiva e na pesquisa do documentário “RAÍZES DO BRASIL – Uma Cinebiografia de Sérgio Buarque de Hollanda”.

Seja bem-vinda Ministra Ana de Hollanda. O Brasil precisa de você!

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